segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

REVISÃO DE 2015




Boa tarde!
Fui desafiada a responder 40 perguntas de uma revisão de 2015 , tentarei responder com clareza e resumidamente  para que vocês possam ler (se quiserem é claro).
A blogueira que me desafiou pediu que eu não revelasse seu nome e que fizesse este desafio a 05 pessoas , achei este exercício maravilhoso porque nos permite rever nossos conceitos e também analisar como foi esta avalanche chamada de 2015

1-SE VOCÊ TIVESSE QUE DESCREVER SEU ANO EM 3 PALAVRAS, QUAIS SERIAM?
Trabalho, desafios. Conquistas, trabalho e trabalho.

2-QUAL CONQUISTA VOCÊ MAIS SE ORGULHA?
  O reconhecimento da população do meu trabalho

3-QUE COISAS NOVAS QUE VOCÊ DESCOBRIU SOBRE SI MESMO?
Que sou mais forte do que imaginava ser

4-. QUAL FOI A MELHOR NOTÍCIA QUE VOCÊ RECEBEU?
Ser vitoriosa em um litígio

5-QUAL FOI O LUGAR FAVORITO QUE VOCÊ VISITOU?
Não me lembro

6-QUE QUALIDADE PESSOAL ACABOU SENDO A MAIS ÚTIL ESSE ANO?
Empatia  

7-. QUEM FOI A PESSOA QUE TE DEU MAIS SUPORTE ESSE ANO QUE PASSOU?
Minha filha Larissa embora ela não saiba isto

8-QUE NOVAS HABILIDADES VOCÊ APRENDEU?
Ouvir ,Calar e Aprender

9. DO QUE VOCÊ É MAIS GRATO?
A minha fé

10-QUAL FOI O MAIOR OBSTÁCULO QUE VOCÊ ULTRAPASSOU ESSE ANO?
A depressão

11-. DE 0 A 10 QUE NOTA VOCÊ DARIA PARA SUA DISPOSIÇÃO NO ANO QUE PASSOU?
6.0

12-QUE CRENÇA VOCÊ SUPEROU?
De que as pessoas são confiáveis sempre

13-QUAIS FORAM AS 5 PESSOAS MAIS IMPORTANTES PARA VOCÊ NESSE ANO?
Cassio ,Sara,Larissa, meus filhos queridos

14-. QUAL FOI O MELHOR LIVRO QUE VOCÊ LEU?
O monge e o executivo

15-QUAL FOI O ELOGIO MAIS IMPORTANTE QUE VOCÊ RECEBEU ESSE ANO?
De meu filho quando disse que sempre me levanto nas quedas

16-O QUE ACONTECEU NESSE ANO QUE VOCÊ SENTE MAIS ORGULHO?
A minha luta constante em arranjar vagas para os pacientes na fila da central de vagas

17-. QUAL FOI O FILME MAIS BACANA QUE VOCÊ ASSISTIU?
Rsrsr...”Minha mãe é uma peça”

18-. O QUE TEVE MAIS IMPACTO NA SUA VIDA ESSE ANO?
O acontecimento com o Rio Doce

19-. COMO VOCÊ CONTRIBUIU POSITIVAMENTE NO MUNDO?
Amando e ajudando as pessoas

20-QUAL FOI A META QUE VOCÊ ATINGIU?
Continuo na luta

21-QUE COISA FOI COMPLETAMENTE DESNECESSÁRIA ESSE ANO QUE PASSOU?
O tempo que perdi

22. QUAL A NOVA CRENÇA POSITIVA QUE FAZ PARTE DA SUA VIDA?
Lutar sempre

23. QUE EXPERIÊNCIA VOCÊ GOSTARIA DE FAZER NOVAMENTE NO PRÓXIMO ANO?
Trabalhar com saúde

24. QUE COISA VOCÊ FARIA DIFERENTE E PORQUE?
Confiaria menos nas pessoas porque é salutar

25. QUAL FOI O PRESENTE MAIS LEGAL QUE VOCÊ RECEBEU?
Não lembro

26. QUAL FOI A MAIR LIÇÃO QUE VOCÊ APRENDEU?
Que devemos confiar menos nas pessoas

27. O QUE MAIS TE INSPIROU?
A vontade de que as coisas dessem certo

28. QUE CONSELHO VOCÊ DARIA PARA VOCÊ SE PUDESSE VOLTAR NO INÍCIO DO ANO?
Confiar menos

29. QUE HISTÓRIAS VOCÊ CONTOU PARA SI MESMO E QUE TE LIMITARAM?
Se tivesse feito isto teria tomado cuidado

30. QUE NOVO HÁBITO VOCÊ CULTIVOU?
Ouvir mais e falar pouco

31. O QUE VOCÊ DESEJA QUE SEJA O TEMA PRINCIPAL PARA SEU ANO NOVO?
Fé, Deus e Família

32. O QUE VOCÊ QUER VER, DESCOBRIR E EXPLORAR?
Quero viajar ,estudar e viver

33. COM QUEM VOCÊ QUER PASSAR MAIS TEMPO NO PRÓXIMO ANO?
Família

34. QUAIS AS HABILIDADES QUE VOCÊ QUER APRENDER OU MELHORAR?
Cultivar o silêncio

35. O QUE VOCÊ GOSTARIA DE MUDAR QUE FARÁ MAIOR IMPACTO NA SUA VIDA?
Alimentação

36. COMO VOCÊ IMAGINA SUA ROTINA NO ANO NOVO? (ESCREVA TODOS OS DETALHES)
Ainda não me programei mas pretendo criar uma rotina

37. QUAIS OS HÁBITOS QUE VOCÊ QUER MUDAR, CULTIVAR OU SE LIVRAR?
Horário de sono, alimentação

38. O QUE VOCÊ QUER ALCANÇAR EM TERMOS DE CARREIRA?
Só ser feliz

39. COMO VOCÊ QUER SE LEMBRADO NO FINAL DO ANO QUE VEM?
Que eu fui feliz durante 2016

40. QUAL É O SEU OBJETIVO NÚMERO UM PARA O ANO NOVO?

Escrever muito

Gostaria que alguns amigos respondessem e me enviassem 
Sintam se convidados
Grande abraço

domingo, 10 de janeiro de 2016

EU ENVELHECI

Um dia desses uma jovem me perguntou como eu me sentia sobre ser velha. Levei um susto, porque eu não me vejo como uma velha. Ao notar minha reação, a garota ficou embaraçada, mas eu expliquei que era uma pergunta interessante, que pensaria a respeito e depois voltaria a falar com ela. Pensei e concluí: a velhice é um presente. Eu sou agora, provavelmente pela primeira vez na vida, a pessoa que sempre quis ser.
Oh, não meu corpo! Fico incrédula muitas vezes ao me examinar, ver as rugas, a flacidez da pele, os pneus rodeando o meu abdome, através das grossas lentes dos meus óculos, o traseiro rotundo e os seios já caídos. E constantemente examino essa pessoa velha que vive em meu espelho (e que se parece demais com minha mãe), mas não sofro muito com isso.
Não trocaria meus amigos surpreendentes, minha vida maravilhosa, e o carinho de minha família por menos cabelo branco , uma barriga mais lisa ou um bumbum mais durinho.
Enquanto fui envelhecendo, tornei-me mais condescendente comigo mesma, menos crítica das minhas atitudes. Tornei-me amiga de mim mesma. Não fico me censurando se quero comer um bolinho-de-chuva a mais, ou se tenho preguiça de arrumar minha cama, ou se compro um anãozinho de cimento que não necessito, mas que ficou tão lindo no meu jardim. Conquistei o direito de matar minhas vontades, de ser bagunceira, de ser extravagante.
Vi muitos amigos queridos deixarem este mundo cedo demais, antes de compreenderem a grande liberdade que vem com o envelhecimento. Quem vai me censurar se resolvo ficar lendo ou jogar paciência no computador até às 4 da manhã e depois só acordar ao meio-dia?
Dançarei ao som daqueles sucessos maravilhosos das décadas de 50, 60, 70 e se, de repente, chorar lembrando de alguma paixão daquela época, posso chorar mesmo!
Andarei pela praia em um maiô excessivamente esticado sobre um corpo decadente, e mergulharei nas ondas e darei pulinhos se quiser, apesar dos olhares penalizados dos outros. Eles, também, se conseguirem, envelhecerão.
Sei que ando esquecendo muita coisa, o que é bom para se poder perdoar. Mas, pensando bem, há muitos fatos na vida que merecem ser esquecidos. E das coisas importantes, eu me recordo freqüentemente. Certo, ao longo dos anos meu coração sofreu muito.
Como não sofrer se você perde um grande amor, ou quando uma criança sofre, ou quando um animal de estimação é atropelado por um carro? Mas corações partidos são os que nos dão a força, a compreensão e nos ensinam a compaixão. Um coração que nunca sofreu é imaculado e estéril e nunca conhecerá a alegria de ser forte, apesar de imperfeito.
Sou abençoada por ter vivido o suficiente para ver meu cabelo embranquecer e ainda querer tingi-los a meu bel prazer, e por ter os risos da juventude e da maturidade gravados para sempre em sulcos profundos em meu rosto. Muitos nunca riram, muitos morreram antes que seus cabelos pudessem ficar prateados.
Conforme envelhecemos, fica mais fácil ser positivo. E ligar menos para o que os outros pensam. Eu não me questiono mais. Conquistei o direito de estar errada e não ter que dar explicações. Assim, respondendo à pergunta daquela jovem graciosa, posso afirmar: “Eu gosto de ser velha”. Libertei-me!
 (Texto de autora desconhecida)

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

SOLIDÃO É FUNDAMENTAL!!

“Que me desculpem os desesperados, mas solidão é fundamental para viver.
Sem ela não me ouço, não ouso, não me fortaleço. Sem ela me diluo, me disperso, me espelho nos outros, me esqueço. Sem ela os silêncios são estéreis e as noites sôfregas, povoadas de assombramentos e desejos insaciáveis. Sem ela não percebo as saídas, os milagres, os espinhos. Não penso solto, não mato dragões, não acalanto a criança apavorada em mim, não aquieto meus pavores, meu medo de ser só. Sem ela sairei por aí, com olhos inquietos, caçando afeto, aceitando migalhas, confundindo estar cercada por pessoas com ter amigos. Sem ela me manterei aturdida, ocupada, agendada só para driblar o tempo e não ter que me fazer companhia. Sem ela trairei meus desejos, rirei sem achar graça, endossarei ideias tolas só para não ter que me recolher e ouvir meus lamentos, meus sonhos adiados, meus dentes rangendo. Sem ela, e não por causa dela, trocarei beijos tristes e acordarei vazia em leitos áridos. Sem ela sairei de casa todos os dias e me afastarei de mim, me desconhecerei, me perderei.
Solidão é o lugar onde encontro a mim mesma, de onde observo um jardim secreto e por onde acesso o templo em mim. Medo? Sim. Até entender que o monstro mora lá fora e o herói mora aqui dentro. Encarar a solidão é coisa do herói em nós, transformá-la em quietude é coisa do sábio que podemos ser.
Num mundo superlotado, onde tudo é efêmero, voraz e veloz a solidão pode ser oásis e não deserto. Num mundo tão volúvel, desencantado e ansioso a solidão pode ser alimento e não fome. Num mundo tão barulhento, egoísta, atribulado a solidão pode ser trégua e não luta. Num mundo tão estressado, imediatista, insatisfeito a solidão pode ser resgate e não desacerto. Num mundo tão leviano, vulgar, que julga pelas aparências e endeusa espertalhões, turbinados, boçais a solidão pode ser proteção e não contágio. Num mundo obcecado por juventude, sucesso, consumo a solidão pode ser liberdade e não fracasso.
Tempo e solidão são hoje os bens mais preciosos, o verdadeiro luxo.
Marque encontros com você mesma. Experimente. Dê-se um tempo. Surpreenda-se. Solidão é exercício, visitação. É pausa, contemplação, observação. É inspiração, conhecimento. É pouso e também voo. É quando a gente inventa um tempo e um lugar para cuidar da alma, da memória, dos sonhos; quando a gente se retira da multidão e se faz companhia. Quando a gente se livra da engrenagem e troca o medo de ser só pela coragem de estar só. Não falo de isolamento, nem ruptura ou apartamento. Adoro gente, mas mesmo assim, e talvez até por isso, preciso de solidão. Preciso estar em mim para estar com outros.
Ninguém quer ser solitário, solto, desgarrado. Desde que o homem é homem, ou ainda macaco, buscamos não ficar sozinhos. Agrupamo-nos, protegemo-nos, evoluímos porque éramos um bando, uma comunidade. Somos sociáveis, gregários. Queremos família, amigos, amores. Queremos laços, trocas, contato. Queremos encontros, comunhão, companhia. Queremos abraços, toques, afeto. É a nossa vocação. Mas, ainda assim, revendo o poeta, ouso dizer: é preciso aprender a estar só para se gostar e ser feliz.
O desafio é poder recolher-se para sair expandido. É fazer luz na alma para conhecer os seus contornos, clarear o caminho e esquecer o medo da própria sombra. Existem pensamentos, orações, sorrisos, encontros e realizações que só acontecem quando estamos a sós. Existem curas, revelações, ideias, lembranças que só podem vir à tona quando estamos sós. Mesmo os momentos compartilhados só serão inesquecíveis se uma parte nossa estiver inteiramente só para apreender tudo que apenas a nós se revelará e tocará.
Existe uma pessoa que só conhecemos se conseguimos ficar sós: nós mesmos!
Seja amigo da solidão. Aceite seus convites, passeie com ela, desmistifique-a. Não corra dela, não tenha medo. Desassombre-se.
Ouse a solidão e fique em ótima companhia.”
Hilda Lucas

sábado, 19 de dezembro de 2015

SOBRE A FELICIDADE




"Quem é feliz não conta, não espalha, não grita aos quatro cantos. Quem é feliz, satisfaze-se por ser. E sabe que felicidade anda coladinha na inveja. Quem é feliz não precisa provar nada, simplesmente é. As pessoas felizes demais nunca me passaram confiança. Essa coisa de que a vida é uma festa e não existe nada errado, não me brilha aos olhos. Feliz é quem conhece o lado ruim e o respeita. Feliz é quem já foi infeliz. Somente quem já foi infeliz pode entender que a tristeza traz um punhado muito bom de aprendizados. Felicidade não é sobre quem grita mais alto; É sobre quem sorri mais fundo."


Autor desconhecido!!!!

domingo, 6 de dezembro de 2015

A VIGILÂNCIA E A TRAGÉDIA

Tenho tanto a falar, mas vou aos poucos voltando e alinhando as idéias para que eu possa ser clara, imparcial, direta e bastante objetiva, mas hoje foi falar sobre aulas.
Sou especialista em Políticas Sociais, mas também me atrevo devido a minha experiência em gestão a ministrar aulas em outras disciplinas como foi à aula de sábado- Vigilância em Saúde ... porque estou dizendo isto? Porque uma aula o dia todo; sábado- temos que torná la o mais interessante possível, pois o cansaço e o stress semanal dominam a todos, sempre digo que tenho que administrar o conteúdo, mas fazer o impossível para que ele seja assimilado da maneira agradável, assim sendo vamos lá.
Uma coisa me chamou a atenção: todos os alunos permaneceram o tempo todo dentro da sala de aula, devido à didática implantada, talvez sim.... mas confesso que nunca tive tanta facilidade em trabalhar a aula com exemplos que afetam o nosso cotidiano.
Vigilância em saúde: Conjunto de vigilâncias.
Vigilância ambiental: Samarco- Mariana
Vigilância Epidemiológica: Zika vírus.

Vigilância Sanitária: Fosfoetanolamina

Este post será dividida em 03 partes:

VIGILÂNCIA AMBIENTAL

O desastre de Mariana /MG cidade de 58 mil habitantes (parece muito com uma cidade daqui) segundo a sala de situação de saúde tem 13 equipes de ESF e 77 ACS (Meu Deus onde está este povo?) nenhuma equipe de saúde bucal e 23 UBS nenhuma obra feita pelo governo federal .

A cobertura de  ACS é de 77%, Bento Rodrigues é um sub distrito com 600 moradores com cerca de 200 imóveis a famosa ESTRADA REAL do século XVIII atravessa seu centro urbano e é uma área de intensa mineração.

Fico pensando como vivia este povo?

Hoje sou mineira de Mariana mais precisamente de Bento Rodrigues .Sou brasileira preocupada com meu país .Sou colatinense chorando pelo meu rio doce morto .Sou técnica em saúde injustiçada por  atitudes que eu não tive ( e isto me dói na alma). Sou francesa chorando o bataclan. Sou americana sofrendo com o povo da escola ,Sou migrante.Sou favelada.Sou mulçumana.Sou solidariedade .Sou resiliência mandando o meu amor para o mundo que precisa tanto dele .


 

 


 

domingo, 29 de novembro de 2015


VOLTEI!

Boa tarde!
Estou voltando gente; a pedido dos que gostam de mim.
Depois de um tempo grande sem postar (tempo grande de muito aprendizado) muita experiência algumas excelentes outras difíceis, mas que de tudo o que sobrou foi muita vontade de partilhar todas estas experiências e vou tentar semanalmente contar aqui um pouco do que foi minha vida durante este tempo.
Espero de coração; que isto sirva de exemplo para várias pessoas que como eu, acredito no ser humano que realmente façam valer o título que receberam em seu diploma.
Temos que antes de tudo ser: GENTE QUE GOSTA DE GENTE.
VENHAM COMIGO!

Espero vocês 

Venham comigo!

Espero vocês 

segunda-feira, 21 de abril de 2014

CARTA DE ESTUDANTES BRASILEIROS FORMADOS NO ESTRANGEIRO

Esta carta foi partilhada em congresso da rede unida em 2007 , neste tempo já se movimentava a problemática sobre a revalidação dos diplomas de alunos brasileiros em universidades estrangeiras -tirem as suas conclusões .

Carta defende reconhecimento profissional de médicos formados em Cuba
Médicos brasileiros formados na Elam (Escola Latino-Americana de Medicina), em Cuba, elaboraram uma carta-manifesto em que defendem o direito de exercerem a profissão no Brasil.
Projeto que facilita o reconhecimento dos diplomas obtidos em Cuba deverá ser votado em breve pelo Congresso Nacional, motivo pelo qual a carta está sendo enviada a todos os parlamentares – e seguirá também para associações, movimentos progressistas e meios de comunicação.
Leia abaixo o documento:
Excelentíssimo (a) Senhor (a) Parlamentar

Em reunião realizada em de Janeiro de 2007, nós, médicos recém-formados em Cuba pela Escola Latino-Americana de Medicina - ELAM, preocupados com o nosso direito ao exercício profissional, bem como o presente e o futuro de nosso país, resolvemos expor à nação e às autoridades brasileiras a situação em que nos encontramos e o que reivindicamos.

O decreto 8419 de 27 de setembro de 1977 reconhecia os diplomas universitários expedidos por instituições estrangeiras. Em 1999, o decreto 3007 revogou o anterior, sendo as universidades públicas brasileiras as responsáveis atualmente por realizar o processo de revalidação de diplomas, de acordo com resolução do CNE/CES de 28/01/2002.
Deparamo-nos, entretanto, com diversos obstáculos no que diz respeito à realidade do processo de revalidação de nossos diplomas:
- Falta de periodicidade na abertura de inscrições para revalidações em grande parte das universidades;
- São cobradas taxas exorbitantes para inscrição com relação às condições socioeconômicas dos graduados;

- Em muitas universidades, além de limitarem o número de inscritos para o processo de revalidação, impedem a participação daqueles residentes em outros estados;
- O normativo não estabelece obrigatoriedade de aplicação de exames, ou seja, as universidades podem revalidar os diplomas através de avaliação e compatibilidade curricular;

- Está previsto por lei que as universidades têm prazo máximo de seis meses para emitir um parecer sobre a compatibilidade do diploma em questão;

- Ausência de critérios pré-estabelecidos a serem avaliados nos exames eventualmente aplicados nas diversas faculdades como parte do processo de revalidação, com conteúdo equivalente àquele ministrado no território nacional;
Entendemos que é nosso dever expor o que a formação de dezenas de médicos pela Escola Latino-Americana de Medicina (ELAM), em Cuba, poderia vir a representar para nosso país. É necessário ressaltar que as despesas com a educação, moradia, alimentação e materiais didáticos utilizados pelos estudantes em sua etapa de aprendizado foram custeados integralmente pela República de Cuba, representando uma economia de milhões de reais ao nosso país. Sabemos que cada um de nós, estudantes da ELAM, geramos uma economia anual de 20 mil reais ao MEC, visto que a instituição prevê o repasse desse valor como custo anual para cada estudante de medicina no Brasil.

Gostaríamos também de expressar nossa visão de que o trabalho de formação realizado pela ELAM está em sintonia com os projetos sociais, em especial nas áreas de educação e saúde, que estão sendo desenvolvidos em nosso país. Como exemplo, citamos o Pro-Uni, que tem como objetivo tornar a educação superior acessível a todos aqueles que por ela lutarem e se esforçarem, superando os obstáculos que os que se encontram numa posição socioeconômica menos favorecida enfrentam, por não terem como financiar seus estudos e como freqüentar o ensino fundamental médio e cursos preparatórios de qualidade elevada. De maneira similar, a ELAM oferece bolsas de estudos para jovens de todo o Brasil, das mais diferentes matizes étnicos e culturais e estratos sociais, estipulando como pré-requisito a aprovação nas diferentes disciplinas oferecidas no curso pré-médico, que guarda semelhança com o conteúdo programático do ensino
médio brasileiro. Desta forma, distancia-se da realidade encontrada em nosso país, no qual os jovens que ingressam nas faculdades de medicina provêm, em sua esmagadora maioria, das classes mais abastadas, criando-se uma evidente desigualdade no acesso às cadeiras universitárias.

Com relação à saúde pública brasileira, sabemos que é de interesse dos governos municipais, estaduais e federal a implantação e ampliação da rede de assistência básica de saúde, através dos programas de saúde familiar e agentes comunitários. Não podemos subestimar o valor da promoção de saúde e prevenção de doenças, associadas à prática curativa de qualidade, para que nosso país alcance o nível de saúde que tanto sonhamos. Nesse aspecto, Cuba, por ter priorizado a atenção primária de saúde, já há algumas décadas, conseguiu atingir índices de saúde
surpreendentes, especialmente se levarmos em conta sua difícil condição de país bloqueado no cenário mundial.

Consideramos- nos privilegiados por termos tido a oportunidade de iniciarmos nossas árduas jornadas como médicos e médicas em um país que demonstra a sua experiência na formação de profissionais de excelente qualidade e dirigidos prioritariamente à atenção primária, e aspiramos a continuar nosso aprendizado, aprofundando- nos nas particularidades das diversas áreas de nosso vasto país e trabalhando com o objetivo de levar atenção médica de excelência a cada brasileiro, não importando-nos quão distante ele possa estar e quão difícil isso possa ser.

Entretanto, para que isso possa ocorrer, teremos que superar as sérias dificuldades que encontramos para realizar a revalidação de nossos diplomas. Para tanto, propomos:

Que seja aprovado o ajuste complementar assinado por Brasil e Cuba, e, entretanto, que sejam executadas as seguintes propostas:
- Que as Universidades públicas brasileiras responsáveis pela realização dos processos de revalidação de diplomas abram inscrições semestralmente, não limitando o número de inscritos ou excluindo os interessados oriundos de outras unidades da Federação, com taxas semelhantes àquelas cobradas em vestibulares.

- Que se respeite o prazo máximo estipulado por lei para que as universidades emitam seu parecer.

- Que, caso as universidades decidam ser necessária a aplicação de exames para a comprovação dos conhecimentos adquiridos, estes tenham caráter objetivo, com conteúdo similar ao ministrado em território nacional para alunos do sexto ano de Medicina (como, por exemplo, o exame realizado pelo Cremesp).

- Que as universidades que julguem pertinente a complementação de disciplinas disponham as condições necessárias para tal fim.

- Que se respeite o direito de participar dos programas de Residência Médica àqueles aprovados em seus respectivos exames, bem como a contratação daqueles selecionados em concursos públicos.
- Tendo em vista os possíveis entraves que dificultariam a execução das medidas anteriormente propostas, apresentamos como alternativa a complementação das disciplinas que pudessem diferir significativamente entre os programas curriculares dos dois países (medicina social, com ênfase no SUS, e algumas endemias brasileiras) sob a responsabilidade do MEC.

Assim, não só regularizaríamos nossa situação profissional e aperfeiçoaríamo- nos ainda mais, como também honraríamos nosso juramento de levar auxílio a quem o necessite, independentemente de sua condição socio-econômica, raça, religião, nacionalidade ou localização geográfica.

Contando com sua compreensão e desde já agradecendo, colocamo-nos à sua disposição para eventuais esclarecimentos.

Atenciosamente,
Médicos brasileiros formados pela Escola Latino-americana de Medicina
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Rede de Educação Popular em Saúde