domingo, 26 de maio de 2013

Defender os médicos cubanos; denunciar as políticas de saúde no Brasil!



 “Nós mal havíamos começado a pensar na Revolução e ainda no Moncada já estávamos falando dos serviços de saúde, e quando estávamos na Serra Maestra já prestávamos serviços de saúde a toda população com que tínhamos contato, desde os médicos, dentistas e enfermeiros que se incorporavam ao movimento. Isso deve ser uma convicção, um dever elementar dos revolucionários. Mas não somente do ponto de vista moral, também na prática política. Devemos dedicar mais atenção, mais recursos materiais e humanos aos serviços de saúde.”



 Discurso pronunciado por Fidel Castro no encerramento do VI Seminário internacional de Atenção Primária em Saúde, em 28 de Novembro de 1997.



 Eis que surge uma noticia bombástica anunciada pelo governo brasileiro: nos próximos meses está para chegar ao Brasil o primeiro contingente dos mais de 6 mil médicos e médicas de Cuba previstos até 2015. O fato está gerando um intenso debate na sociedade brasileira, permitindo que na polarização criada identifiquemos os atores principais da polêmica, assim como suas intenções de fundo. No bojo deste debate aparece um tema coadjuvante, intrinsecamente ligado a ele, e não menos gerador de polêmicas e divergências na sociedade brasileira, a revalidação dos diplomas médicos expedidos no exterior.



 Os atores neste projeto e suas máscaras



 De um lado está o governo brasileiro, presidido por Dilma Roussef (PT). Por outro um dos setores mais conservadores da sociedade brasileira, capitaneados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Médica Brasileira (AMB), entre outros porta-vozes do status quo e do atual modelo hegemônico de saúde no Brasil, em que a saúde não é mais que uma mercadoria. Existe ainda um terceiro ponto de vista, que trataremos de enfatizar neste texto.



O Governo anunciou neste 6 de maio o convênio realizado em parceria com Cuba, que prevê a vinda de milhares de profissionais da medicina desse país para trabalhar fundamentalmente em 3 áreas do Brasil: sertão nordestino e Amazônia brasileira; Vale do Jequitinhonha; periferia das grandes cidades. O convênio faz parte do programa do governo federal “Brasil mais Médicos”, que tem como objetivo “interiorizar” o acesso à saúde no país. Desse programa faz parte também o Programa de Valorização dos Profissionais na Atenção Básica (PROVAB). Em paralelo, o governo federal tem reduzido anualmente os gastos do orçamento nacional destinado à área da saúde (somente em 2012 ocorreu um corte de mais de 5 bilhões de reais), assim como uma progressiva entrega dos serviços e da infra-estrutura pública da saúde à iniciativa privada, através de parcerias público privadas como as Organizações Sociais (OS), as Fundações Estatais de Direito Privado (FEDPs), as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs) e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). Tais medidas vêm - em síntese - no sentido de precarizar o acesso à saúde de grande parte da população, permitir a apropriação privada dos serviços, pesquisas e da infra-estrutura pública para gerar lucro e retirar direitos trabalhistas dos profissionais da saúde. Como se não bastasse, a presidenta Dilma aprovou nesse ano uma série de subsídios estatais para os planos privados de saúde. Tudo isso, quando pensamos em atenção integral em saúde, afunila o já estreito gargalo entre a atenção primária e os demais níveis de atenção em saúde: aos trabalhadores, saúde básica e precária; atenção especializada cada vez mais concentrada nos setores privados. Com esse conjunto de medidas, o projeto de “interiorização” da saúde no país - com a vinda dos 6 mil médicos de Cuba e o PROVAB - atuaria apenas na ponta do Iceberg, levando profissionais de forma efêmera e precária para o interior, e deixando intacta sua profunda estrutura baseada no controle do complexo médico-industrial e farmacêutico da saúde, em que a existência do setor público serve como alicerce para a acumulação privada de capitais na área, potencializada por uma profunda cisão entre a atenção básica de saúde e os demais níveis de especialização. Enquanto isso, em se tratando da formação de recursos humanos em saúde, dos anos de 2000 a 2013 foram criadas 94 escolas médicas, sendo 26 públicas e 68 particulares, números que apenas confirmam os caminhos do sistema nacional de saúde, em que a formação dos profissionais da saúde é hegemonicamente voltada para o mercado da saúde e para os interesses do complexo médico-industrial e farmacêutico e das grandes empresas da educação superior. E pior, até mesmo nas universidade públicas esse modelo é hegemônico. Com esses elementos, não resta dúvidas de que o projeto de levar médicos para o interior do país não tem qualquer relação com uma política substancial que modifique o modelo de saúde do país e permita uma atenção integral a toda população brasileira. No entanto, com a divulgação da vinda dos médicos cubanos ao Brasil, os setores mais conservadores da nossa sociedade começam a mostrar seus dentes gananciosos e elitistas. Utilizam como porta vozes o CFM e a AMB, entre outros. Por trás de um falso discurso que preza pela qualidade da atenção à saúde, esses setores corporativistas estão mais interessados em manter o poder e o mercado da categoria médica, fundamentados na medicina privada, defendendo em última instância o controle pelo complexo médico-industrial e farmacêutico do sistema nacional de saúde, inclusive alimentando-se da falta de qualidade da atenção pública para reverter exorbitantes recursos públicos ao privado. Este setores são xenófobos e anti-populares em sua essência, defendem o status quo da sociedade brasileira e, com o medo característico das elites nacionais (em permanente contra-revolução preventiva), direcionam toda sua munição de mentiras e manipulações para atacar a política de contratação dos médicos cubanos, contestando sua capacidade técnico-científica, assim como soltando todo seu veneno e falácias contra a realidade de Cuba e seu sistema socialista. A saúde e a doença como um processo determinado socialmente


 O processo saúde/doença de uma sociedade é determinado socialmente, e assim pelas relações de classe existentes em um modo de produção específico. É necessário compreender a questão da saúde desde uma perspectiva de classe e do antagonismo dos projetos societários das classes em luta, ou ficaríamos como cachorro que corre atrás do próprio rabo, girando sem rumo. Se nosso objetivo é transformar profundamente suas estruturas, torna-se fundamental pensar a saúde a partir da perspectiva societária dos trabalhadores e dos setores oprimidos na sociedade capitalista, aspecto de grande relevância para a construção de uma sociedade isenta da exploração entre seres humanos, necessariamente mais coletivizada e de trabalho essencialmente livre.

 Apenas nesse sentido a saúde passa, de fato, a ser pensada como a plena satisfação das necessidades materiais e subjetivas de cada indivíduo e da coletividade, emancipatória, e não apenas como ausência de doenças. É imprescindível, para tanto, a construção de um sistema de saúde obrigatoriamente público, 100% estatal, gratuito, que permita o acesso a todos os níveis de atenção à saúde e com alta qualidade para todos os indivíduos, em que o poder popular seja o principal instrumento de planificação, gestão e controle. Não existe a possibilidade de mudanças estruturais do sistema de saúde sem profundas transformações da estrutura econômica e social de um país. Portanto, é uma luta que se insere no sentido de negar o modo de produção capitalista, um sistema doente e gerador de doenças; a luta por um outro modelo de saúde só pode existir se inserida numa estratégica anti-capitalista. Torna-se necessário, como bandeiras táticas, defender que os recursos do orçamento nacional direcionados ao pagamento da dívida pública com os banqueiros e empresários, da isenção de impostos aos monopólios e da entrega dos nossos recursos naturais e infra-estrutura ao setor privado devem ser redirecionados aos gastos sociais, única forma de garantir um acesso universal, integral e de alta qualidade ao sistema de saúde. Tanto para a formação de recursos humanos, como para a interiorização com qualidade do acesso ao sistema de saúde, são necessários muito mais recursos do orçamento nacional voltados para as áreas de educação e saúde, assim como à previdência, à arte e cultura, ao esporte, à moradia, etc. Nesse sentido, apenas com uma Universidade Popular – que sirva aos anseios e às lutas do povo trabalhador, do ensino à produção de ciência e tecnologia – podemos garantir a formação de profissionais da saúde comprometidos com a elevação da qualidade de vida dos setores populares, assim como sua permanência consciente e voluntária no interior do país, que necessariamente vem acompanhado da ampliação de uma infra-estrutura para uma atenção integral em saúde. Não existem paliativos que sejam suficientes para resolver esses problemas.


Sobre Cuba e seu sistema de saúde


 Em Cuba, desde o triunfo popular de 1º de janeiro de 1959, conhecido como Revolução Cubana, o panorama da saúde no país modificou-se completamente. Ao mesmo tempo em que se edificava uma nova forma de organização social - com coletivização dos meios de produção, do trabalho, das riquezas e do poder - se transformava profundamente o padrão de saúde e doença do povo cubano. Passados 54 anos, hoje Cuba é indiscutivelmente uma potência nas áreas da medicina e da biotecnologia. Sobre a primeira basta dizer que tem os melhores indicadores de saúde de nosso continente (mortalidade infantil de 4,6 por cada mil nascidos vivos; 78,9 anos de expectativa média de vida ao nascer, entre outros), segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), assim como uma das maiores proporções médico/habitante do mundo (1 médico para cada 148 habitantes). Cuba hoje é considerada, por um estudo da organização britânica Save the Children, como um dos melhores países para a maternidade do mundo (o melhor da América Latina), pelo seu exemplar programa materno-infantil e pelos direitos garantidas à mãe e à criança. Na área da biotecnologia, mesmo sendo um país de apenas 11 milhões de habitantes, pobre em recursos naturais e bloqueado economicamente pelo maior e mais sanguinário império já existente na humanidade, produz mais de 80% dos medicamentos que consome, exporta medicamentos e vacinas para mais de 50 países, desenvolve pesquisas de ponta nas áreas de câncer, células tronco, úlcera diabética, catarata, vitiligo e HIV/AIDS; para resumir alguns dos avanços técnico-científicos na área da saúde. E como se não bastasse, Cuba exporta esse modelo de saúde para o mundo, seja através da missões médicas - ininterruptas desde os primeiros anos da Revolução - em territórios devastados por desastres e epidemias na Ásia, África e América Latina, seja pela formação de profissionais de saúde em todos os continentes, principalmente pela Escola Latino Americana de Medicina – ELAM. Hoje são mais de 30 mil médicos cubanos colaborando em missões internacionalistas e um contingente de mais de 20 mil estudantes de 116 países estudando em Cuba, a grande maioria nas áreas da saúde. O programa educacional neste país equilibra um alto nível de preparação técnico-científica (em todos os níveis de atenção em saúde) com a formação de valores humanos e princípios, indispensáveis para uma formação integral dos profissionais de área, fundamentados na saúde como direito universal e não negociável, na atenção integral e na solidariedade entre os povos. Sobre as missões internacionalistas, ainda que existam quase 30 mil médicos cubanos fora do país, não existe um sequer consultório de saúde de família (unidade básica da atenção primária em saúde no país) em que o médico atenda mais de 300 famílias. No Brasil, não seria fato incomum encontrar um só médico atendendo 3 ou 4 mil famílias em uma Unidade Básica de Saúde. Para se ter uma idéia das diferenças entre o sistema de saúde brasileiro em relação ao cubano basta analisarmos que o número de médicos por habitantes em Cuba é de 1/148 habitantes, enquanto que a média do Brasil é de 1/555 distribuídos caoticamente, uma vez que no estado do Rio de Janeiro é de 1/295 e no Maranhão 1/1638. Vale ressaltar que no Brasil, diferentemente de Cuba, a assistência à saúde não é igual para todos e tais proporções entre número de médicos por habitante ficam ainda piores se considerarmos aqueles que não podem pagar por serviços privados de saúde e dependem exclusivamente do SUS.


 Neste mar de complexidades, o que pensar sobre a vinda dos mais de 6 mil médicos cubanos ao Brasil?



Em primeiro lugar precisamos destacar que a vinda dos mais de 6 mil cubanos está dentro dos planos do governo de Cuba e não deve alterar de forma significativa a atenção em saúde de seu povo, pelo contrário, já que grande parte dos recursos arrecadados pelo convênio com o Brasil serão direcionados para melhorar a infra-estrutura da área, que mesmo com os 12% do orçamento nacional de Cuba direcionados à saúde, tem dificuldades materiais importantes. Também é importante saber que o perfil dos profissionais que virão ao Brasil é de médicos e médicas com ampla experiência internacional (com no mínimo 2 missões cumpridas anteriormente) e de alto perfil técnico-científico, sendo que todos são especialistas em Medicina Geral Integral (Medicina da Família no Brasil) e a maioria tem outra especialidade médica, além de mestrado em áreas da educação. Sobre sua atuação no Brasil, o fato é que sua chegada, ainda que trabalhem em condições precárias e inadequadas, modificará significativamente os índices de saúde das regiões onde irão atuar, principalmente em se tratando dos índices de mortalidade ocasionados por doenças infecto-contagiosas, que afetam principalmente populações vulneráveis como as crianças menores de 5 anos, grávidas e idosos. No entanto, a falta de recursos, de infra-estrutura e de uma rede de saúde que permitam a atenção integral à população não vão se modificar um milímetro sequer. É, sem sombra de dúvidas, mais uma das políticas paliativas do governo do PT em sua essência, com forte intencionalidade de conquistar aliados e votos para as eleições presidenciais de 2014. Contudo, existe uma série de contradições que a vinda dos cubanos irá explicitar. Uma delas é o próprio debate sobre Cuba e seu modelo socialista, que naturalmente acontecerá em todos os espaços onde um cubano ou uma cubana estiverem trabalhando, assim como um intenso combate de idéias em toda a sociedade brasileira. Outro ponto é que, ainda que não resolva problemas estruturais, permitirá levar algum acesso à saúde para uma população esquecida pelos governos do Estado burguês, elemento que não podemos descartar, mesmo quando pensamos que o conceito de saúde é muito mais amplo do que a mera ausência de doenças. Ainda neste ponto, a presença de médicos de Cuba pode desencadear um debate/mobilização sobre a necessidade de ampliar os recursos à saúde, da formação de recursos humanos e de uma infra-estrutura que permita uma atenção integral e de alta qualidade, somente possível com um sistema 100% público e estatal. Outra questão que deve surgir à tona é o urgente debate sobre a revalidação dos diplomas expedidos no exterior, hoje centrado num discurso corporativista e xenófobo do Conselho Federal de Medicina e seus apêndices conservadores, que antes de considerar a saúde da população preocupa-se com sua reserva de mercado, já que assim trata a saúde, como uma mercadoria mais a comprar e vender. No intuito de dificultar a entrada de “concorrentes”, fecha as portas realizando provas com alto grau de complexidade, e coloca num mesmo barco os indivíduos que vão buscar formação médica no exterior (principalmente em universidade privadas da Bolívia e da Argentina) e o projeto internacionalista de Cuba para a formação de médicos de ciência e consciência para a América Latina e o mundo, parafraseando Fidel, em que os princípios da saúde com um direito universal, público, gratuito, integral e de alta qualidade, convivem com valores como a solidariedade, o humanismo, o altruísmo e o internacionalismo proletário. Em Cuba, além da qualidade da formação e o reconhecimento internacional de suas instituições de educação médica, existe uma homogeneidade da formação nas suas diversas instituições de ensino superior, sem as grandes disparidades da formação como existem no Brasil. E para além da inegável qualidade técnica da formação médica, há nos médicos formados em Cuba uma preocupação, como em nenhum outro lugar no mundo, com a questão humanística e a emancipação do ser humano, experiência que é levada por eles aos diversos locais do mundo onde estão presentes. Por esses motivos é imprescindível defender um processo de revalidação imediato dos brasileiros graduados nesse país, com complementação curricular à realidade brasileira e inserção no Sistema Único de Saúde (SUS). O mesmo deve ser defendido para os graduados no exterior em instituições de qualidade reconhecida internacionalmente. No que diz respeito à problemática da revalidação dos demais diplomas expedidos no exterior, passa pelo mesmo debate a respeito da validação dos diplomas nacionais e deve vir em sintonia com um sistema de avaliação nos mesmos moldes dos cursos de medicina dentro do território nacional. No Brasil é fundamental a construção de um método de avaliação da formação médica com vistas a garantir a qualidade da formação e de promover os ajustes e investimentos necessários nas escolas médicas para manter e aprimorar a qualidade da formação. Deve ir, necessariamente, muito além de uma prova direcionada aos graduados em medicina; passa pela avaliação integral e continuada da instituição, do corpo docente e discente, da estrutura universitária, produção científica e da extensão, qualidade dos campos de estágio e da assistência estudantil. Está é a única forma possível de identificar quais as faculdades de medicina que não são mais do que fábricas de diplomas. Vale lembrar que hoje o exame nacional de revalidação dos diplomas expedidos no exterior, o REVALIDA, é tão fragmentado e insuficiente quanto as propostas de Exame de Ordem para os graduados de medicina no Brasil, que tem sido sucessivamente rechaçados pelos estudantes, professores e trabalhadores de grande parte das faculdades de medicina do país, entre elas muitas de grande renome nacional[3]. As instituições que defendem o exame de ordem do direito e da medicina utilizam-se da dificuldade da prova para regular a entrada de profissionais no mercado de trabalho e tentam respaldar suas tentativas de controle da oferta da força de trabalho a partir do discurso da defesa da qualidade dos serviços. O REVALIDA, assim como o projeto de exame de ordem encabeçado pelo CREMESP, tem como principio norteador não o interesse dos usuários dos serviços de saúde ou a qualidade do atendimento, mas a regulação da entrada de força de trabalho no mercado. Interessante observar que nas lutas reais por maiores financiamentos para a saúde, a luta contra a privatização dos serviços públicos, contra as fundações da área da saúde, em defesa de educação pública de qualidade, mais verbas para a educação pública, entre muitas outras, essas entidades não participam.


 E o mais importante, como agir frente a essa política?



 A notícia da vinda desses milhares de cubanos e cubanos já desencadeou uma importante disputa no campo das idéias e das ações. É um momento em que as posições das classes sociais antagônicas dentro do sistema capitalista se acirrarão. Sendo assim, a posição dos revolucionários deve ser de crítica na essência das políticas de saúde do governo Dilma, mas de defesa dos médicos cubanos, sem deixar em qualquer momento de divulgar ao conjunto da sociedade as reais intenções de mais essa política paliativa, que ao mesmo tempo que chama médicos e médicas altamente qualificados de Cuba para trabalhar em regiões sem a estrutura adequada, corta recursos da saúde e privatiza os serviços e a infra-estrutura da área, para direcionar os recursos ao pagamento de banqueiros e empresários do Brasil e do mundo. Também será de fundamental importância a construção de um forte e amplo movimento social para amparar os cubanos assim que cheguem em território nacional, já que em muitos casos estará em risco, inclusive, sua segurança pessoal. Outra questão importante é aproveitar o momento de debate para defender a revalidação dos diplomas dos brasileiros e brasileiras graduados na Escola Latino Americana de Medicina em Cuba, com a devida complementação curricular nas universidades públicas do Brasil. A experiência no Tocantins, estado cujo governo estadual em 2005 celebrou um convênio para a vinda de uma centena de médicos cubanos, mostrou que os setores mais conservadores da sociedade não estão no jogo para brincar. Muitos cubanos receberam violentas ameaças naquele momento e, depois de uma intensa luta jurídica, foram expulsos do Brasil. Esse fato, caso se repita, pode gerar uma importante mobilização social, que desde já deve ser preparada com a intensificação do debate em torno à luta por um sistema de saúde 100% estatal e pública, integral e de alta qualidade, contra qualquer tentativa de privatização/precarização e em defesa dos médicos e médicas de Cuba que trabalharão no Brasil, assim como da rebelde, incansável e persistente Revolução Cubana, exemplo de valores, de idéias e de resistência para os povos da América Latina e do mundo. E aos que insistem em atacar Cuba responderemos munidos de Eduardo Galeano: “Não foi nada fácil esta proeza nem foi linear o caminho. Quando verdadeiras, as revoluções ocorrem nas condições possíveis. Em um mundo que não admite arcas de Noé, Cuba criou uma sociedade solidária a um passo do centro do sistema inimigo. Em todo esse tempo tenho amado muito esta Revolução. E não somente em seus acertos, o que seria fácil, senão também em seus tropeços e em suas contradições. Também em seus erros me reconheço: este processo tem sido realizado por pessoas simples, gente de carne e osso, e não por heróis de bronze nem máquinas infalíveis. A Revolução Cubana tem-me proporcionado uma incessante fonte de esperança. Aí estão, mais poderosas que qualquer dúvida, essas novas gerações educadas para a participação e não para o egoísmo, para a criação e não para o consumo, para a solidariedade e não para a competição. E aí está, mais forte que qualquer desânimo, a prova viva de que a luta pela dignidade do homem não é uma paixão inútil e a demonstração, palpável e cotidiana de que o mundo novo pode ser construído na realidade e não só na imaginação dos profetas.”


 Havana, 11 de maio de 2013.


 *Otávio Dutra é estudante de medicina na Escola Latino Americana de Medicina em Cuba, militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e membro da Coordenação Nacional da União da Juventude Comunista (UJhttp://blogdofaustojaime.blogspot.com.br/C). ----

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sexta-feira, 24 de maio de 2013

quinta-feira, 23 de maio de 2013

ESTE É O SUS QUE A GENTE QUER

ONCOLOGIA Entra em vigor Lei dos 60 dias para tratamento do câncer O prazo máximo vale para que o paciente passe por uma cirurgia ou inicie sessões de quimioterapia ou radioterapia; iniciativa visa reduzir tempo de espera por atendimento Entra em vigor nesta quinta-feira (23) a Lei 12.732/12, que assegura aos pacientes com câncer o início do tratamento em no máximo 60 dias após a inclusão da doença em seu prontuário, no Sistema Único de Saúde (SUS). A Lei, que foi sancionada pela presidenta da República, Dilma Rousseff, teve sua regulamentação no SUS detalhada recentemente pelo Ministro da Saúde, Alexandre Padilha. O prazo máximo vale para que o paciente passe por uma cirurgia ou inicie sessões de quimioterapia ou radioterapia, conforme prescrição médica. Hoje, são 277 habilitações na assistência em alta complexidade em oncologia para 298 unidades hospitalares distribuídas nas 27 unidades da federação. "O Governo Federal, Ministério da Saúde e a presidenta Dilma Rousseff acreditam fortemente na importância da Lei dos 60 dias. Essa determinação vai mobilizar os gestores estaduais e municipais, os hospitais e a sociedade, para que possamos não só tratar adequadamente, mas no tempo correto as pessoas que são vitimas do câncer. Também vamos continuar intensificando as ações de prevenção ao câncer no nosso País". Para auxiliar estados e municípios - gestores dos serviços oncológicos da rede pública - a gerenciar sua fila de espera e acelerar o atendimento, o Ministério da Saúde criou o Sistema de Informação do Câncer (Siscan). O software, disponível gratuitamente para as secretarias de saúde, traz uma série de inovações no monitoramento do atendimento oncológico. O sistema funcionará em plataforma web, facilitando o acesso e o preenchimento pelo gestor local. O funcionamento (via internet) permitirá a integração dos dados dos atuais sistemas do Programa Nacional de Controle do Câncer de Mama (SISMAMA) e do Programa Nacional de Controle do Câncer do Colo do Útero (SISCOLO), que hoje são independentes. A cobertura das informações também se estenderá a todos os tipos de cânceres. Outra novidade da nova ferramenta é o acompanhamento individualizado de todo usuário. O Siscan está integrado ao Cadastro Nacional de Usuários do SUS (CADSUS web), permitindo a identificação dos usuários pelo número do seu cartão e a atualização automática do seu histórico de seguimento (se for atendido em outro serviço de saúde/município/estado). No sistema constará todo o caminho percorrido pelo paciente, desde a Atenção Básica até a Especializada. Estarão disponíveis informações sobre data da consulta, nome do médico, data do laudo, nome do profissional que assinou o lado, quando fez o exame de diagnóstico, entre outras informações. Este sistema tem ainda como diferencial o módulo de gerenciamento do tempo entre o diagnóstico e o tratamento do câncer com diagnóstico confirmado. Com isso, será possível acompanhar o acesso ao tratamento no tempo esperado, contribuindo para a organização da rede de atenção oncológica e o cumprimento da Lei dos 60 dias. A partir de agosto, todos os registros de novos casos de câncer terão de ser feitos através do Siscan. Estados e Municípios que não implantarem o sistema até o fim do ano terão suspensos os repasses feitos pelo Ministério da Saúde para atendimento oncológico. O acesso ao sistema já foi liberado para os estados do Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Santa Catarina, São Paulo e Maranhão. MONITORAMENTO – Outra medida adotada pelo Ministério da Saúde para garantir o cumprimento da Lei em todo o país é a realização de visitas aos hospitais que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para avaliar as condições de funcionamento e a capacidade de ofertar o atendimento com agilidade. Este trabalho será desempenhado pela Comissão de Monitoramento e Avaliação do cumprimento da Lei nº 12.732, de caráter permanente, que terá entre suas atribuições acompanhar os processos de implantação do Siscan e a execução dos planos regionais de oncologia. REFORÇO NO ATENDIMENTO – Com apoio técnico e recursos do Ministério da Saúde, unidades de saúde que ofertam serviços de radioterapia serão estimuladas a adotar um terceiro turno de funcionamento – atualmente, o atendimento costuma ocorrer pela manhã e pela tarde -, de cinco horas de duração. Até agora, 93 serviços demonstraram interesse em expandir o horário de funcionamento. Outra alternativa é a contratação de hospitais da rede privada para prestação de serviços ao SUS. Também está em curso a seleção de empresa que instalará 80 serviços de radioterapia em todo o país, considerando a ampliação de 39 serviços já existentes e a criação de outros 41, com investimento federal da ordem de mais de R$ 500 milhões. AMPLIAÇÃO DO ACESSO – O Ministério da Saúde tem investido na melhoria do acesso da população a prevenção, exames e tratamentos do câncer. De 2010 a 2012, o investimento do Governo Federal em oncologia disparou 26% - de R$ 1,9 bilhão para R$ 2,1 bilhões. Com estes recursos, foi possível ampliar em 17,3% no número de sessões de radioterapia, saltando de 7,6 milhões para mais de nove milhões. Para a quimioterapia houve aumento de 14,8%, passando de 2,2 milhões para 2,5 milhões. Em decorrência da inclusão de novos tipos de cirurgia oncológica e da ampliação dos investimentos no setor, a expectativa para 2013 é que o número de operações supere a marca dos 120 mil, 25% a mais que as 96 mil realizadas no ano passado. A expansão está sendo custeada por uma elevação de 120% no orçamento destinado a estes procedimentos - de R$ 172,1 milhões em 2012 para R$ 380,3 milhões em 2013. Por outro lado, houve expansão no rol de medicamentos de alto custo ofertados gratuitamente pelo SUS, com a inclusão de drogas biológicas modernas como o mesilato de imatinibe (contra leucemia), o rituximabe (para o tratamento de linfomas) e o trastuzumabe (contra o câncer de mama). A ampliação veio acompanhada de aperfeiçoamento na gestão dos insumos, que passaram a ser comprados de maneira centralizada pelo Ministério da Saúde, reduzindo custos com o ganho da escala de compras. ONCOLOGIA - O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que surgirão aproximadamente 518 mil novos casos de câncer no Brasil em 2013. A previsão é de que 60.180 homens tenham câncer de próstata e 52,6 mil mulheres sejam diagnosticadas com câncer de mama. Em 2012, foram realizadas cerca de mais de 500 mil internações na rede pública para tratamento do câncer, ao custo de R$ 806 milhões. Em 2010 (último dado consolidado), o Brasil registrou 179 mil mortes pela doença. O câncer dos brônquios e dos pulmões foi o tipo que mais matou (21.779 pessoas), seguido do de estômago (13.402), da próstata (12.778), da mama (12.853), e do cólon (8.385).

terça-feira, 21 de maio de 2013

MELHOR EM CASA

Vocês já ouviram falar neste programa do Ministério da Saúde? Pessoas com necessidade de reabilitação motora, idosos, pacientes crônicos sem agravamento ou em situação pós-cirúrgica, por exemplo, terão assistência multiprofissional gratuita em seus lares, com cuidados mais próximos da família. O atendimento será feito por equipes multidisciplinares, formadas prioritariamente por médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem e fisioterapeuta. Outros profissionais (fonoaudiólogo, nutricionista, odontólogo, psicólogo e farmacêutico) poderão compor as equipes de apoio. Cada equipe poderá atender, em média, 60 pacientes, simultaneamente. O programa também ajudará a reduzir as filas nos hospitais de emergência, já que a assistência, quando houver a indicação médica, passará a ser feita na própria residência do paciente, desde que haja o consentimento da família.

domingo, 19 de maio de 2013

FINANCIAMENTO DA SAÚDE

Sempre fico aborrecida quando pessoas que não entendem as ações e serviços de saúde como se fossemos um bando de irresponsáveis que usassemos o repasse da saúde para ações que não levam a nada ...gostaria de que os mesmos que falam fossem nas repartições da secretaria de saúde acompanhasse nosso trabalho ,é direito de todo cidadão e dever de quem batalha em saúde mostrar todos os repasses. Portanto aí está é só pesquisar Para quem quiser acompanhar o repasse mês a mês que é feito ao Fundo Municipal de Saúde e com isso poder ver os valores que são passados para o PSF e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde, inclusive o Incentivo Adicional (quando este for repassado), basta clicar neste link e em seguida selecionar Estado, Município e ano http://www.fns.saude.gov.br

sexta-feira, 22 de março de 2013

ACHEI MUITO INTERESSANTE

100 Coisas que você precisa saber antes de morrer

1. A Coca-Cola era originalmente verde.

2. O nome mais comum no mundo é Mohammed.

3. O orgasmo do porco dura aproximadamente 30 minutos.
4. Há dois cartões de créditos para cada pessoa nos Estados Unidos.
5. TYPEWRITER é mais longa palavra que você consegue escrever usando apenas as letras de uma linha do teclado (Só vale em inglês).
6. As mulheres piscam quase duas vezes mais que os homens!
7. Você não pode se matar prendendo a respiração.
8. É impossível lamber seu cotovelo.
9. Quando você espirra para pra dentro(?), seu coração para por um milissegundo.
10. É fisicamente impossível para os porcos olharem para o céu.
11. Se você espirra muito forte, você pode quebrar uma costela. Se você
tentar segurar um espirro, você pode romper uma veia na cabeça ou
pescoço e morrer.
12. Cada Rei em um baralho representa um grande rei da história. Espada –
Rei Davi, Paus – Alexandre o Grande, Copas – Carlos Magno, Ouro- Júlio
César.
13. 111,111,111 x 111,111,111 = 12,345,678,987,654,321
14. Se uma estátua de uma pessoa em um parque em um cavalo tiver com
ambas os patas dianteiras no ar, a pessoa morreu em batalha.
15. Se o cavalo tiver com apenas uma pata dianteira no ar, a pessoa morreu em conseqüência das feridas recebidas na batalha.
16. Se o cavalo tiver todas as quatro patas no chão, a pessoa morreu de causas naturais.
17. O único alimento que não apodrece é o mel.
18. Um crocodilo não pode por sua lingua para fora.
19. Um caracol pode dormir por três anos.
20. Todos os ursos polares são canhotos.
21. A American Airlines fez uma economia de $40,000 em 1987 eliminando uma azeitona de cada salada servida na primeira classe.
22. As borboletas sentem o gosto das coisas pelo seus pés.
23. Os elefantes são os únicos animais que não podem pular.
24. Nos últimos 4000 anos, nenhum novo animal foi domesticado.
25. Em média, as pessoas sentem mais medo de aranhas do que da morte.
26. Shakespeare inventou as palavras assassination e bump (em inglês).
27. A formiga cai sempre para o seu lado direito quando é intoxicada.
28. A cadeira elétrica foi inventada por um dentista.
29. O coração humano cria uma pressão o suficiente para esguichar o sangue a uma distância de 10 metros.
30. Ratos se multiplicam tão rapidamente que em 18 meses dois ratos podem ter um milhão de descendentes.
31. Usar fones de ouvido por apenas uma hora, aumenta as bactérias em seu ouvido em 700 vezes.
32. O isqueiro foi inventado antes do fósforo.
33. A maioria dos batons contêm escamas de peixe.
34. Como as impressões digitais, as impressões da língua são únicas.
35. A Terra fica 100 kg mais pesada todo dia devido a queda de pó espacial
36. Existem mais estrelas no espaço do que grãos de areia na Terra
37. Um raio contêm energia para torrar 160 mil fatias de pão
38.Um homem gasta em média 145 dias da sua vida se barbeando
39. Ficar acordado por 2 semanas pode te matar.
40. Paris Hilton calça 43.
41. O título mais longo de um livro é de 670 palavras.
42. Sapos não gostam de bebidas alcoólicas, mas gostam de xixi.
43. As minhocas podem ter até 9 corações.
44. A Anatidaefobia é o medo que um pato esteja observando você
45.  Vacas conseguem subir escadas, mas não conseguem descer
46. Flamingos são rosas por causa de sua alimentação
47.  A única comida que não apodrece é o mel
48.  Se os tub arões ficarem de cabeça para baixo, eles entram em coma
49.  As tartarugas podem respirar através de seus rabos
50.  Um lápis pode escrever uma linha reta de até 56 km
51. Leonardo da Vinci inventou a tesoura
52. A Coca-Cola seria verde se não fossem adicionados corantes
53. A Nintendo já possuiu uma companhia de taxi
54. É impossivel criar uma pasta com o nome “con” no Windows
55. Mageirocofobia é o medo de cozinhar
56. Porcos não suam
57. Você enxerga melhor quando está assustado
58.O piloto da Nascar Tim Flock é o único piloto da história a fazer um pit stop para retirar um macaco do carro
59. Se você comer muita cenoura é possível que sua pele fique laranja
60. Os homens que partem o cabelo para a direita geralmente vivem mais dos que partem para a esquerda
61. Existe gordura suficiente no copo para fazer 7 sabonetes
62. A temperatura de um peido quando ele é criado é de 37º
63. É possível morrer de rir
64. Chocolate faz bem para os dentes
65. Os monges tibetanos dormem em pé
66. Walt Disney recebeu um oscar, e 7 miniaturas pela branca de neve
67.O recorde de vôo de uma galinha é de 13 segundos
68. Barofobia é o medo da gravidade
69. Pensar em músculos te faz ficar mais forte
70. É proibido entrar no México com mais de 2 CD’S
71. Em média, uma pessoa gasta 5 anos de sua vida comendo
72.Porcos podem se bronzear
73. A baleia assassina é na verdade um golfinho
74 – O menor coração do reino animal é o do beija-flor, que chega a bater até mil vezes por minuto, e o maior coração é o da Baleia (tem o tamanho de um barco) e bate apenas 25 vezes por minuto.
75 – O corpo humano possui 100.000 quilômetros de veias, artérias e outros vasos sanguíneos. Isso é suficiente para dar duas voltas e meia em torno da Terra.
75 – A sua tábua de cozinha pode conter 50 vezes mais bactérias que o tampo do vaso sanitário.
77 – O isqueiro foi inventado antes do que os palitos de fósforo.
78 – Graham Bell (inventor do telefone) nunca telefonou para a mãe ou para a mulher. Elas eram surdas.
79 – Há uma lei na Califórnia que proíbe carros sem motoristas a rodar a mais de 100km/h.
80 – Mais da metade dos usuários do Orkut são brasileiros.
81 – Só os mamíferos bocejam.
82 – Uma lei de 1969 torna ilegal o contato de cidadãos com extraterrestres nos Estados Unidos.
83 – A maior goiabada do mundo pesava 550 quilos.
84 – Bater a cabeça na parede queima 150 calorias por hora.
85 – Todos os animais podem pular, exceto os elefantes.
86 – O palmo das mulheres preenchem perfeitamente as suas nádegas (bumbum).
87 – O pênis do homem é 3 vezes maior que o seu polegar.
88 – As mulheres estão medindo os seus palmos.
89 – Os homens estão medindo os seus polegares.
90 – Se arrancarmos a cabeça de uma barata , ela só morrerá 2 dias depois de fome e sede
91 – Aproximadamente 70 % das pessoas que lêem este post, tentam lamber o cotovelo
92 – A maior palavra da língua portuguesa é Pneumoultramicroscopicossilicovulcanocon… com 46 letras?
93 – Uma pessoa passa em média 20 anos de sua vida dormindo.
94 – Pelo menos cinco dos homens mais poderosos na indústria da informática (Bill Gates, Paul Allen, Larry Ellison, Steve Jobs e Michael Dell) não acabaram seus estudos universitários.
95 – Se puser um saco de plástico com água em cima de uma fogueira o saco de plástico não derrete, sendo uma boa forma de ter água quente num acampamento sem grandes complicações.
96.Einstein nunca foi um bom aluno, e nem sequer falava direito aos 9 anos. Seus pais achavam que ele era retardado.
97.O Oceano Atlântico é mais salgado que o Pacífico.
98. O elefante é o único animal com quatro joelhos.
99. Americanos consomem 16.000 toneladas de aspirina por ano.
100. Uma pulga fêmea consome por dia 15 vezes o próprio peso em sangue!

segunda-feira, 18 de março de 2013

CONSÓRCIOS

Hoje foi a primeira reunião do ano do consórcio que o meu município participa....longe de mim querer duvidar da eficácia de um consórcio e o que ele traz de benefício para um município mas como eterna questionadora de um SUS que quero ver um dia, me pergunto: "Será que não estamos fazendo o dever de casa do estado?
Cansada e amanhã tem reunião com o nosso amigo e eterno chefe dr. José Tadeu Marino secretário de estado da saúde do Espírito Santo e as 8 horas da madrugada ,e vamos que vamos .
Até amanhã com um desejo imenso de ouvir coisas boas do SUS que amo

domingo, 17 de março de 2013

QUALIFICAR O PRONTO ATENDIMENTO ÀS NECESSIDADES DE SAÚDE, COMO ESSÊNCIA DA INTEGRALIDADE

Gilson Carvalho
 I- INTRODUÇÃO Tenho me perguntado qual seja o objeto de desejo da população em relação à saúde. Comecei divagando sobre um conceito básico que poderia sintetizar o desejo maior de todos nós: VIVER MAIS E MELHOR. Morrer só bem velhinho, sem ter ficado doente e se doente ficarmos que saremos logo e sem seqüelas. No fundo nada mais do que ser e viver bem (feliz!) o máximo de tempo possível. Nem só a linha do tempo: viver mais. Nem só na linha da qualidade: viver bem. A somatória dos conceitos de bem estar vertical e horizontal. Dentro deste mega ou macro objetivo existem inúmeros objetivos subsidiários, afluentes naturais do bem viver. Como pediatra acostumei-me a perguntar às mães o que mais desejavam dos serviços de saúde. A resposta mais comum que recebia delas é que queriam um lugar para onde pudessem correr quando os filhos tivessem febre, quando caíssem, se cortassem ou sofressem acidente mais sério. Onde fizessem vacinas, exames e pegassem remédio. Algum lugar ou telefone onde alguém pudesse ajudá-las, como mães, dando informações e tirando dúvidas. O mesmo diziam em relação a elas próprias e aos mais velhos sob sua responsabilidade. Um lugar onde fossem atendidas, mesmo sem ser de emergência, quando voltassem do trabalho. Onde levassem seus pais com suas dores de velhice ou para controle do diabetes e hipertensão. Que isto fosse possível em dia e horário que não em seu horário de trabalho. Queriam ser atendidas sem receber a bronca de sempre: “- Que está fazendo aqui no pronto-socorro com seu filho? Deveria ter ido de dia, durante a semana, no postinho perto de sua casa e não aqui que é pronto socorro para atender só quem está passando mal.” Ou, quando chegassem ao postinho, que não fossem comunicadas que “infelizmente, não tem vaga pois, seu atendimento não está agendado.” As pessoas se vêem, sem alternativas, jogadas entre dois “não acolhimentos” que aumentam seu sofrer. Recepção cada vez mais rotineira e comum no dia a dia de muitos serviços de saúde. Públicos e, até mesmo, alguns privados
. II – REFLETINDO EXPERIÊNCIAS PESSOAIS DO PASSADO Minhas reflexões viajaram no tempo e reviveram três cenários. Fui repensando minha existência e meu relacionamento com os serviços de saúde. O primeiro cenário é de minha infância. Criei-me em Campanha, pequena cidade histórica, berço do Sul de Minas Gerais. Meus pais, Margarida e Milton, eram funcionários públicos dos Correios e Telégrafos. Tínhamos os médicos que nos olhavam a mim e aos meus 14 irmãos. Meu pai, brinco sempre, fez o melhor plano de saúde possível àquela época: era compadre dos médicos da cidade, Dr.Nelson e Dr. Manuel. Havia ainda o Dr.Oliveira que, mais tarde, estava, era companhia quase diária de meu pai. Os três, já falecidos, eram figuras humanas do mais alto valor. Imprescindíveis a pobres e ricos de nossa cidade. Foram a vida toda exemplares emblemáticos de médicos de família, a serviço de uma comunidade que os reconhecia e reverenciava como tal. Generalistas de convicção e prática: operavam, partejavam, internavam crianças, jovens, adultos e idosos, na rotina e na emergência. Atendiam em seus consultórios, na porta da Santa Casa ou quando baixávamos a “enfermaria domiciliar” com sarampo, catapora, caxumba etc. Conheciam as pessoas e a história individual e familiar de cada um. Nas minhas andanças Brasil afora, tenho ainda encontrado inúmeros profissionais em atividade, com este perfil. O segundo cenário é de admiração por um exemplo de médico de família em meu irmão Paulo, dez anos a minha frente. Era um clínico de mão cheia, obstetra tarimbado por estágio e internato, pediatria com residência no Hospital dos Servidores Federais do Rio. Formou-se na Nacional de Medicina da Praia Vermelha e foi exercer no interior de Minas. Firmou-se como o grande médico de família, figura humana buscada por todos pelo seu carisma e competência. Logo de manhãzinha, depois de passar pela sua igreja, visitava doentes na Santa Casa e olhava as crianças no Posto de Puericultura (filantrópica por ele criada com a colaboração de amigos da sociedade local). Depois, voltava a sua casa-consultório, visitando no caminho seus velhinhos acamados, por ele cuidados em “moderna internação domiciliar” com soro endovenoso e tudo que tinham direito. Sempre no seio de suas famílias. Foi mais uma de minhas grandes escolas de vida e prática da medicina. A lembrança é da saudade de quem a vida foi roubada cedo. O terceiro cenário já é de meu exercício profissional. Primeiro como médico de interior alguns anos ao lado do Paulo, fazendo a mesma coisa, só que olhando apenas as crianças. Depois, na cidade grande, São José dos Campos, fazendo ambulatório e emergência no serviço público municipal, berçário e enfermaria de hospital filantrópico, atendendo INAMPS (depois SUS) . Mais tarde, em 10 anos de voluntariado em hospital filantrópico que tive o privilégio de ajudar a constituir. Concomitantemente, minha prática em meu consultório com clientela privada e de planos, seguros e auto-gestão. A vida me concedeu uma clientela grande, de todas as classes sociais, numa cidade industrial, onde, 90% dos que buscavam nossos cuidados tinham planos e seguros de saúde. A clientela “privada pura” (que pagava consulta), cerca dos 10%, não era exclusiva dos que tinham dinheiro, mas, muitas vezes, daqueles que juntavam algum, a custo, tentando melhor resposta emergencial que a do serviço público ou de planos. Qual o modelo de acesso a este sistema de “privado-socializado” de saúde em meu consultório, uma clínica privada com vários pediatras? A adscrição de clientela se fazia, principalmente, de duas maneiras. Primeiro a possibilidade de acesso por credenciamento em determinado plano de saúde (auto-gestão, medicina de grupo, seguro-saúde, cooperativa médica). Segundo, a relação interpessoal que podia ser duradoura ou episoidal. Nascia do fortuito de um atendimento de emergência, ou de sala de parto, ou por indicação de colega ou de cliente com vínculo. Esta ligação de livre escolha tem muito do imponderável da química da relação médico-paciente. Não definível, nem mensurável. Que existe e é altamente determinante, ninguém tem dúvida. É uma certeza de todo profissional de saúde: a adscrição de clientela, quando possível, se faz através do bom atendimento. Cliente bem atendido e satisfeito, cria vínculo, volta e traz outros pacientes. As pessoas agendavam consultas. Para as emergências ou revisões deixávamos horários livres no início, e fim de expediente e ainda, por vezes, criávamos espaços no meio, entre uma e outra agendada. Nuns dias dávamos conta, agradávamos a todos, noutros, nem sempre. Quando alguns agendados não compareciam era um “recreio comemorado”, ou mais algum extra que podia ser atendido. Nós próprios, companheiros de consultório, nos revezávamos em dar cobertura a todos, em sistema de escala de plantão para as emergências do dia a dia e para nossos clientes que não conseguiam horário com seus pediatras. Quem estava de plantão de cobertura, naquele dia, deixava mais horários livres para atender ao extra. Durante o dia, quando a demanda superava a expectativa. À noite e nos fins de semana, cobrindo a todos que não estivéssemos. Nós, quando plantonistas, usávamos a mesma estrutura comum e com os mesmos prontuários da rotina de cada um. Recebíamos remuneração pelas consultas novas e fazíamos revisões nas consultas uns do outro num sistema de cooperação mútua solidária, sem nova remuneração. Tínhamos uma co-responsabilidade, uma parceria. Nos últimos 10 anos, em que ainda cliniquei, éramos um grupo de quinze pediatras em igualdade de condições societárias e de cobertura mútua. Em nossa avaliação, no mais das vezes o sistema funcionava bem. Não se pode negar que, mesmo com este esquema, havia momentos em que não dávamos conta. A clientela parecia-nos satisfeita , sem negar previsíveis exceções. Ligação interpessoal. Vínculo. Atendimento do mesmo grupo, com o mesmo prontuário. Interesse mútuo, por envolvimento mútuo e troca contínua de posições comuns a todos. Pronto atendimento qualificado, associado à atenção básica, pelo mesmo grupo de profissionais! Quanto ao modelo de consulta, acho que a pediatria em geral tem uma contribuição importante na defesa e prática da integralidade. É a história da pediatria neste país feita por grandes mestres e por preceptores anônimos. Em geral, somos procurados pela pelos pais por queixas mais agudas que crônicas de seus filhos. A partir da queixa (porta de entrada do atendimento), aproveitamos para ver o crescimento, desenvolvimento, vacinas, alimentação, comportamento, desempenho escolar, vida social. É a integralidade vertical (a criança como um todo) e horizontal (atuação com promoção, proteção e recuperação). Além deste atendimento por queixa-problema havia o atendimento de puericultura e acompanhamento a que muitos se fidelizavam. Comum, após o berçário e no primeiro ano de vida. Mais esporádico, nos controles anuais da primeira infância, das crianças maiorzinhas, dos adolescentes e jovens. De vivências acima relatadas e das necessidades escutadas das pessoas em relação a si, a seus filhos, a seus pais, a seus colegas de trabalho quero fazer algumas reflexões e ousar tirar conclusões. Tenho certeza de não poder generalizar, mas imagino que possa ajudar na reflexão. III - PRONTO ATENDIMENTO QUALIFICADO Quero apenas fazer algumas reflexões sobre o Pronto Atendimento que defendo seja qualificado. Fui sabiamente alertado por um amigo que devo tomar cuidado para, com o texto acima, não glamourizar e romantizar a figura do médico de família. Agradeci a oportuna observação. Estou fazendo a lembrança e ressalva, mas, sem deixar de registrar estas imagens históricas da minha infância, de meu irmão Paulo e de meu próprio exercício. Consciente e propositadamente, mantive as referências acima, mas lembrando que tempos e circunstâncias em que vivemos são outros e estes exemplos relatados, não podem ser simplesmente transpostos. Quero falar de integralidade e humanização que sejam adequados, contemporâneos. Que fujam da visão apenas romântica, que pode parecer por demais enaltecida acima. Que se adeque este humanismo imprescindível, em qualquer das atuais circunstâncias do exercício profissional. Reflexão sobre uma humanização que seja a possível, real e adequada a nossa realidade de cada dia. No sufoco dos grandes centros, na periferia das metrópoles, nos núcleos de vida sub-humana das favelas e cortiços. Uma das maiores queixas da população hoje, no público e no privado, é a falta de opção para serem atendidas em suas necessidades de saúde. Intercorrências agudas, ou as crônicas agudizadas com destaque para aquelas que não configurariam a típica urgência-emergência. Que ocorrem fora do horário comercial no qual funcionam consultórios e ambulatórios privados e unidades básicas de saúde e de Programa de Saúde da Família - PSF. O que antes era queixa apenas e principal no Sistema Público de Saúde, hoje já se tornou comum no acesso à maioria dos planos de saúde. Mesmo no privado, consultas podem demorar até meses para serem agendadas, com maior ou menor dificuldade em determinadas especialidades e planos. Não se pode negar que seja muito mais difícil no SUS o Sistema Público de Saúde do Cidadão. Estou defendendo que se busque no SUS uma resposta efetiva e eficiente de solução para o Pronto Atendimento das demandas de saúde da população, capaz de resolver esta guerra da resposta pronta que o SUS está perdendo. Quem conseguir resolver esta questão estará fazendo uma revolução na atenção à saúde da população com impacto tão, senão maior, do que aquele advindo da implantação do PSF. Na verdade, a complementação do Pronto Atendimento Qualificado acoplada, preferencialmente, ao próprio PSF. Já temos dois modelos de busca da excelência no SUS que se situam nestes limites. Numa ponta a revolução da Atenção Básica, Primária ou Primeira de Saúde com seus vários nomes fantasia como Programa de Saúde da Família, Saúde em Casa, Qualis, Paidéia e outros tantos. Na outra, a busca da excelência do atendimento da urgência-emergência do SAMU – Serviço de Assistência Móvel de Urgência. Ao qual, em seqüência, tem-se acoplado a remodelação dos fluxos, tempos e movimentos, nas emergências com classificação de risco. Precisamos agora, investir na resposta pronta, o Pronto Atendimento Qualificado às necessidades de saúde das pessoas que não se configurariam, classicamente, como urgência e emergência, mas que precisam de respostas. Minha proposta é qualificar o Pronto Atendimento que deve ser feito sempre junto à Atenção Básica, Primária e Primeira e complementarmente junto à urgência-emergência. As características deste PRONTO ATENDIMENTO QUALIFICADO são simples e simplórias, até acusadas de resposta pasteurizada. Repetidas em todos os discursos. Entretanto, a cada dia, mais longe da prática diária dos sistemas públicos e privados de saúde. Vejamos algumas destas características que, a meu ver, precisam ser analisadas e colocadas em prática. 1) As pessoas devem ter possibilidade de ser atendidas na hora em que precisam por suas necessidades e na hora que têm possibilidade de buscar os serviços de saúde. 2) Deve haver uma maior chance de se juntar o momento de necessidade com a disponibilidade de oferta. Sabe-se impossível que isto ocorra sempre, mas, deve acontecer mais que hoje e mais acontecer que não acontecer. 3) Os serviços de Atenção Básica, Primária ou Primeira à Saúde, sob qualquer denominação fantasia, têm que ter abertura para atendimento não agendado e não programático. Caso contrário correm o risco de se tornarem instituições burocratizadas, de portas fechadas ou apenas entreabertas. Esta experiência é infrutífera e por ela já passamos à época dos Centros de Saúde, com seu agendamento e programação rígidos. 4) A ação integral deve ser prestada a partir da queixa-problema, onde se qualifica da melhor maneira a necessidade e deve se seguir da conduta-solução, onde se qualifica melhor a resposta ao motivo da demanda e se oferece o a mais, necessário, nem sempre sentido e muito menos oportunizado. 5) As unidades de atenção básica devem prestar atendimento em horários compatíveis com os da população usuária, levando-se em conta, principalmente, o da maioria da classe trabalhadora. O que já vêm fazendo várias unidades com o horário estendido até 20, 22, 24 hs e a abertura nos finais de semana, pelo menos em um período intermediário como por exemplo das 10 às 16 hs. 6) Coleta de exames e entrega de resultados deve ser possível em horários igualmente compatíveis com os do atendimento acima, reservando aos exames, exclusivamente dependentes do jejum, o primeiro horário da manhã. 7) As unidades de saúde, de atenção básica ou de urgência-emergência que prestam o pronto atendimento devem dispensar medicamentos para estas necessidades a qualquer hora em que ocorram. 8) O Pronto Atendimento realizado em Unidades Básicas de Saúde ou nas Unidades de Urgência-Emergência devem ser feitos a partir de protocolos clínicos de conduta. 9) O uso do prontuário de rotina deve ser permanente no Pronto Atender nas Unidades Básicas. Nas Unidades de Urgência-Emergência que façam o pronto atender, deverá existir, além do registro próprio, alguma “ficha resumo” a que o paciente tenha acesso para informar o local onde normalmente é atendido. 10) A equipe multiprofissional, com destaque para o profissional de enfermagem, deve estar envolvida na qualificação do pronto atendimento não se concentrando exclusivamente no profissional médico. 11) Deveria haver incentivo financeiro, além do pagamento de horas extras, para que os próprios profissionais da área de abrangência da Unidades Básicas (equipes de PSF) pudessem dar cobertura de plantão no pronto atendimento a esta sua clientela, com cobertura cruzada entre uns e outros. 12) Um processo de educação permanente tem que ser feito junto à equipe de saúde para que, com a devida e justa remuneração, desempenhe este papel de qualificar o pronto atendimento. 13) Tem que ser exercida a integralidade da atenção com ações de promoção, proteção e recuperação e não apenas no precário de uma queixa-conduta desqualificada. 14) Qualificar a queixa no pronto atendimento implica em trazer para a prática o direito constitucional de participação da comunidade em que o cidadão tem direito à escuta, exame e explicação do tratamento a que será submetido. 15) Qualificar a conduta no pronto atendimento é escutar, examinar, e estabelecer recursos diagnósticos, prognóstico e terapêuticos na integralidade da ação de promoção, proteção e recuperação da saúde. 16) A operação padrão com queixa-conduta qualificado é a única maneira que deveria ser praticada na relação com os cidadãos usuários dos serviços de saúde. Lamentável que profissionais em estado de greve declarem-se em “operação-padrão”. Continuo repetindo que a “operação não padrão” consciente, em todas as áreas e, principalmente, na área de saúde é ilegal e imoral. 17) Operação padrão, com queixa conduta qualificada, no pronto atendimento ou na rotina ambulatorial é a garantia de maior proteção ao ser humano paciente, em segundo lugar proteção a nós profissionais e consequentemente a proteção das instituições de saúde. 18) Deve haver suporte contínuo, humano e técnico, aos profissionais envolvidos na atenção à saúde, em especial os ligados à alta complexidade dos cuidados primeiros da atenção básica e do pronto atender qualificado. IV - PRONTO ATENDIMENTO QUALIFICADO DENTRO DO ATENÇÃO BÁSICA, PRIMÁRIA E PRIMEIRA E DENTRO DOS SERVIÇOS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA A prática de hoje é que o Pronto Atendimento sufoque os denominados serviços de Pronto Socorro, destinados às urgências-emergências. Isto gera algumas consequências extremamente maléficas: 1) o desvio de finalidade destes serviços de urgência-emergência; 2) o mau atendimento humano e técnico dos casos considerados inadequados a estarem lá; 3) consequentemente a insatisfação dos profissionais e dos cidadãos usuários. Defendo que este modelo deva ser mudado e o lócus privilegiado do PRONTO ATENDIMENTO QUALIFICADO seja aquele onde se dá a Atenção Básica, Primária ou Primeira à Saúde. Mas, sem desconhecer que ele precisa ser qualificado também nos serviços de Pronto Socorros. Algumas reflexões e sugestões estão acima. Não se precisa inventar nada. Todas as vezes que a resposta não for dada no básico, por falta de oportunidade em tempo ou qualidade, a tendência é se deslocar o atendimento para outro local. Vai cair no colo da urgência-emergência com os distúrbios já relatados e conhecidos por todos. Existe uma outra ponta do problema que, por tradição e cultura e pela ineficiência e inadequação de oferta nos horários que as pessoas demandam, sufocam as urgências-emergências. Alguns profissionais da urgência-emergência continuam desacatando as pessoas que os procuram, tratando-os com desumanidade. Tentam transferir a elas seu descontentamento com o sistema. Temos que fugir dos discursos rotos acusando os cidadãos que buscam os serviços de urgência-emergência. São expressões comuns: “- O que está fazendo aqui?”; “Aqui não é seu lugar!”; “Volte para a unidade básica”; “Você não tem nada”; “Aqui é só para emergência e você está prejudicando o atendimento dos que realmente precisam.” Etc. Etc. Os cidadãos só buscam estes serviços por falta de alternativa de atendimento. A população continuará buscando os serviços de urgência-emergência pois é inteligente e sabe exatamente o que procura. Os serviços de pronto-socorro gozam do conceito (fetiche?) de serem melhores e mais eficientes. As pessoas sabem que o atendimento pode demorar, mas, ao final, serão atendidas, receberão medicamentos de emergência, farão exames e até poderão ser internadas. Se o sistema não oferecer alternativa na atenção básica para esta necessidade sentida (no agudo, no acompanhamento ou intercorrência do crônico) as pessoas continuarão a demandar os pronto-socorros, para resolver problemas que não caracterizariam urgência-emergência. Em conseqüência nos Pronto-Socorros acumulam-se clientes diante de um atendimento insuficiente e, muitas vezes, ineficiente. Cada vez mais o padrão se deteriora na qualidade técnica e na qualidade humana do mundo da relação. Nos pronto-socorros também tem-se que qualificar o Pronto Atendimento Que ninguém imagine que, ao deixá-lo desqualificado, técnica e humanamente, estaremos induzindo a que ele mude e aconteça em seu lócus natural que é junto aos cuidados primários de saúde. Não dá mais para, sob o pretexto que seja errado se buscar o pronto atendimento na urgência-emergência em casos não característicos, deixar de fazer o atendimento mais qualificado no campo da integralidade e com boa relação humana. Se, de um lado, tenho que organizar o Pronto Atendimento no pólo da Atenção Básica, Primária ou Primeira à Saúde, não nos iludamos pois nem sempre isto será possível, principalmente a curto prazo. Entre outras causas, existe até a falta de profissionais com preparo para serem médico e enfermeiro com capacidade de atender dentro da proposta do PSF: praticando a integralidade vertical e horizontal e melhorando a relação humana. Outra questão é a impossibilidade, muitas vezes, de se dar conta de atendimento ao atual elevado número de famílias adscritas a cada equipe. Aqueles que trabalham ou gerenciam o PSF estão cansados de repetir que o número médio ideal por equipe seria de no máximo 750 famílias, cerca de 2500 pessoas. Não mais que isto e muitas vezes em populações mais dispersas este número terá que ser reduzido no mínimo à metade. O excesso de demanda pode determinar a deterioração da atenção levando a um pronto atendimento desqualificado, reduzido a rito sumário. Não dá para desconhecer esta realidade e continuar mantendo o Pronto Atendimento completamente desqualificado, junto à urgência e emergência. Já ouvi até o argumento quase irrepetível de que: “Se melhorarmos o pronto-atendimento para a clientela que tem problemas simples, pequenos e não típicos de urgência-emergência, vamos mantê-la aqui achando que este seja o caminho. Se melhorar o atendimento, aí é que não sairão mais daqui!!!” As duas coisas precisam acontecer concomitantemente, segundo características de cada município e serviço. Vale lembrar que são 1359 (24%) os municípios com menos de 5.000 hab.; 2631 (47%) entre 5.001 e 20.000 hab.; 1317 (24%) entre 20.001 e 100.000 hab.; 219 (4%) entre 100.001 e 500.000 hab. e apenas 34 (1%) acima de 500.000. E ainda temos que pensar que se elevarmos esta linha de corte para os de menos de 20.000 habitantes estes somam a 3.990 (71%)! Como resolver esta questão quando muitos destes têm um único profissional médico? Quando municípios de diminuta população ainda têm a questão de dispersão em um extensa área territorial. V- CONCLUSÃO A muitos defensores do SUS sempre horripilou, com razão, a defesa do Pronto Atendimento associado quase sempre ao anti-modelo de se fazer saúde. Sou também terminantemente contra o PRONTO ATENDIMENTO DESQUALIFICADO reduzido à queixa-conduta, em rito sumário em qualquer unidade onde se instale. Precisamos rever posições. Estou mais que convicto disto. Ser prontamente atendido, diante de seus padeceres físicos ou emocionais, é o sonho de qualquer cidadão brasileiro. É o que sonho para mim, para minha família, para meus netos. Temos que enfatizar a necessidade de responder a esta demanda. O caminho para mim é a qualificação do Pronto Atendimento. Já acenei em vários escritos anteriores e agora retomo o tema com um pouco mais de detalhe. Atenção Básica, Primária ou Primeira com qualquer de seus nomes fantasia, tem que estar acoplada ao pronto-atendimento qualificado. Não podemos trabalhar na atenção básica com os extremos de fechar ou apenas entreabrir as portas, nem tão pouco de abri-las totalmente sem critérios. Temos que buscar o equilíbrio entre atender os agendados com atenção integral e dar cobertura a todos eles quando suas necessidades não puderem... ser “agendadas”. Pronto atendimento precisa deixar de ser anatematizado, para ser qualificado. Não tem jeito de fazer atenção básica sem juntá-la ao atendimento pronto às demandas. Atenção básica com horário marcado, de segunda a sexta, das 8 às 17 com horário de almoço? Com sessenta horas sem cobertura, em cada fim de semana? Não pode dar certo, nem satisfazer às mães e pais que trabalham, nem a seus filhos e seus idosos que dele dependem para serem levados aos serviços etc. De outro lado, não podemos fechar os olhos e imaginar que não haverá demanda de pronto atendimento dentro dos serviços de urgência-emergência. Existirá sempre, como no mundo inteiro. O pronto-atendimento nas unidades de urgência-emergência será complementar, válvula reguladora, da Atenção Básica, Primária, Primeira. Precisamos diminuir esta incidência sem jamais nos iludir que iremos zerá-la. Assim, nos resta, sempre, concomitantemente, a outra ponta da solução: qualificar o pronto-atendimento nos serviços de urgência-emergência. É imprescindível investir em melhora da qualidade deste pronto atender. Qualidade material e principalmente, humana. Usar mais tempo, manter e melhorar os registros. Qualificar a queixa e a conduta. Todo atendimento parte do binômio queixa-conduta. O que precisa ser feito é aprofundar a queixa e enriquecer a conduta e acabar com o rito sumário do “Dói aqui X Tome isto”. Em todas as circunstâncias, nós, equipe de saúde temos que nos embeber de mais humanidade, da melhora da relação. Quero juntar esta proposta de QUALIFICAR O PRONTO ATENDIMENTO ao Projeto de Lei Complementar de regulamentação da EC-29. Devemos incluir nas propostas de uso do dinheiro novo, estimativamente R$19,4 bi, um grande investimento em qualificar o Pronto Atendimento junto à atenção básica e junto à urgência-emergência. Tenho certeza de que perderemos a luta contra o sub-financiamento da saúde (PLP 01-2003), se não conseguirmos fazer com que a sociedade venha ajudar-nos. Sem a mobilização das pessoas em defesa da saúde pública esta pode ser uma luta fadada ao fracasso. O compromisso para melhorar o atendimento imediato às demandas da população, ao sentimento de que possam e tenham respostas a suas necessidades, talvez seja um excelente motivador de sua adesão. Pronto Atender as pessoas é uma das áreas mais prioritárias para se colocar o dinheiro pretendido com a regulamentação da EC. Vai aí o desafio. Expandir e qualificar a Atenção Básica, Primária e Primeira e o Pronto Atendimento Qualificado dentro dela. Fazer o Pronto Atendimento Qualificado, o Pronto Atender, nos Pronto-Socorros, junto à urgência-emergência. Eis o desafio mais urgente do Sistema Público de Saúde para se garantir o direito universal e integral à vida e saúde dos cidadãos brasileiros.

sábado, 19 de janeiro de 2013

PORQUE FIQUEI?

PORQUE FIQUEI? Como agradecer a estas pessoas a oportunidade que estão me dando para falar sobre isto... vou explicar melhor,. Cheguei a Viana meio por acaso tinha vindo do interior por decisões familiares e passei em primeiro lugar em um processo seletivo para coordenação estadual do PDAPS (plano diretor de atenção primária do Espírito Santo) não tive coragem de assumir; como eu uma “capiau da roça “(sempre morei em Colatina) iria assumir uma responsabilidade de um estado inteiro”“? Tinha como opção assumir a coordenação regional metropolitana, pois havia passado também em primeiro lugar e assim fiz, visitei Viana duas vezes na gestão de minha amiga Daysi e depois do pleito estadual com outra gestão e outras prioridades o PDAPS já terminado; encerrou se o contrato, neste tempo fui convidada para ir para Viana e aceitei. Vocês não tem idéia da sensação que tive ao entrar em uma cidade que tem um teatro e uma casa de cultura ao lado de uma prefeitura, penso que alguns vianenses ainda não perceberam a grandiosidade desta visão (além de outras claro), para eu que limitei minha vida desejando superar e diminuir diferenças, ver serviço publico e cultura juntos é o que toda pessoa que vive tentando aprender a ser melhor deseja. Passei por várias situações no município bastante desagradáveis, mas comecei a me apaixonar, quando comecei a sentir isto tentei fugir com a ajuda da antiga gestão de saúde fui exonerada duas vezes e convidada a retornar pelo gestor anterior a esta minha gestão. Até que 04 meses antes da eleição fui praticamente pressionada a assumir este desafio pela gestora Ângela Sias por quem tenho muito respeito, situação caótica e totalmente incapaz devido às amarras da lei eleitoral, mas segui mesmo assim sem nunca ficar parada atendendo a esta gente que já se tornou minha e a quem devo satisfação do meu trabalho. Apoei meus ACS quando foi dito que eles não poderiam ter vontade política pois eram agentes públicos 24 horas por dia ,fui a cada unidade de saúde e reuni com eles explicando melhor a palestra que haviam sido convocados e expliquei que : em momento de trabalho eu iria penalizar qualquer um deles que se atrevessem a fazer isto mas que o restante do tempo eu respeitaria e os defenderia (sou sobrevivente da ditadura , assisti a tudo-meu pai era militar) a democracia nos dá o direito de pensar e escolher quem quisermos para governar as nossas cidades ,veja bem :não sou política ,não voto em Viana AINDA ,não moro em Viana AINDA – mas isto é para outro texto,rsrsrs. Recebi em dezembro o convite para ficar, conversei com minha prefeita, conversei com minha família e. -Decidir por ficar porque confio na política do Prefeito Gilson Daniel percebi sinceridade em suas intenções e um desejo infinito de fazer o melhor pela cidade, este moço tem mais ou menos a idade de meu filho mais velho (que hoje é um jurista-com muito orgulho desta mãe babona) as mães aprendem mais que ninguém a conhecer pessoas e elas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos através de suas atitudes, palavras, gestos, carinho, generosidade e silêncio. E eu enxerguei isto neste moço. -Decidi ficar porque Costumo cuidar de todas as relações que construo nessa vida -Decidi ficar porque tenho que ajudar a este prefeito a fazer o que ele quer :uma saúde de qualidade onde o vianense tenha orgulho de entrar em unidade de saúde para visitar e dar um bom dia ao nosso profissional. -Decidi ficar porque tenho 5600 idosos que precisam de minha luta para trazer dignidade e qualidade de vida para eles. -Decidi ficar porque tenho 127 pacientes renais para providenciar seu direito semanal a hemodiálise -Decidi ficar porque tenho que todos os dias tentarem zerar a minha demanda reprimida de mamografias que é de competência estadual, mas eu tenho responsabilidade sobre cada mulher que ainda não fez. -Decidi ficar porque o meu Pronto Atendimento tem que ser melhorado e cada paciente que precisa de uma vaga lá fora para salvar sua vida se torna um familiar meu e não durmo enquanto este paciente não sai daí para obter recurso e tratamento maiis qualificado (já virei até piada na Central, “se for à secretária de Viana atende logo porque ela não nos dá paz enquanto não a atendemos’”.). -Tenho uma série de “decidi ficar” e penso o mesmo que li outro dia "Salve Tiradentes, mas mártir mesmo é quem tem cárie" e a estas pessoas que tenho que dar satisfação. Quando participo de bate-papos e palestras, as pessoas me perguntam sobre como recebo as críticas. Tiro de letra? Fico com ódio? Entro em depressão? Bom, não é uma coisa legal, óbvio, estando gestora a gente se expõe muito e naturalmente que desejamos um feedback amoroso, a não ser que se seja um polemista nato, mas creio que até estes gostam de uns afagos. Quem não gosta? Mas não adianta, faz parte do pacote ser retalhado de vez em quando, eu me incomodava mais. Ficava mal quando alguém me detonava. É estranha essa mania que temos de nos deixar atingir mais pelas críticas negativas do que pelas positivas. A gente pode receber 100 elogios num dia, aí vem alguém, te ofende, e você quase cai de cama. Valem pra qualquer pessoa, em qualquer situação, mesmo as mais corriqueiras. *Não sei. Tem gente com a auto-estima bem resolvida que não dá a mínima para os desaforos que recebe: é muito desagradável ser criticado publicamente. Só que a gente acostuma, e o que nos aborrecia por uma tarde inteira, agora aborrece por 10 segundos. *EU FICO CHATEADA MESMO É QUANDO QUEM ME CRITICOU TEM RAZÃO. Chateada comigo! É porque realmente poderia ter feito melhor. Mas quando é apenas grosseria, simplesmente deleto e só lamento o fato de existir tanto espírito de porco solto por aí, não sobra muito tempo pra ler estas coisas Quem "odeia" está mais envolvido do que supõe... Enfim, não tenho do que reclamar. Recebo uma enxurrada de afeto, das pessoas mais humildes que me levam um pedacinho de queijo, do sr Agostinho que vai lá na prefeitura só pra me ver , do sr. Raimundo que me telefona só pra saber como estou; do meu CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE que tem uma usuária do SUS como presidente (um dos únicos dos 5570 municípios brasileiros) ,dos meus amigos funcionários da secretaria que já se tornaram minha família e que sabem cuidar de vida como ninguém –olhem o nosso índice de mortalidade atual antes de criticar a administração atual são apenas poucos dias mas são monte de ações em serviço desta população amada . Quando você cuida de alguém que está precisando você se torna um herói,porque o arqueóripo de herói é a pessoa que se precisar enfrenta a escuridão e segue com amor e coragem, porque acredita que algo pode ser mudado para MELHOR. Esta profissão que eu não escolhi mas que me escolheu é cheia de glórias e desafios mas é gratificante ,porque é uma profissão de cuidado com a vida e este cuidar é tanto uma arte pois ao cuidar transmitimos nossos sentimentos e emoção ao outro como uma ciência porque exige conhecimento científico e habilidade para ser executado. O cuidar é mais que um ato é uma atitude,porque abrange mais que um momento de atenção de zelo e de desvelo.Representa uma atitude de ocupação , de preocupação e principalmente de responsabilização com o outro.”Podemos curar algumas vezes, aliviar com freqüência , curar quando Deus permitir mas atender da melhor maneira sempre” Já passou a época de “xingatório chegamos à época do ajudatório”. Vamos fazer desta terra um orgulho espírito-santense, estarei sempre às ordens enquanto meu prefeito permitir e até quando Deus quiser. Um ótimo fim de semana a todos!

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

CO MPROMISSO ASSUMIDO

Eu Stella Dias, assumo o compromisso com Deus e com o povo de Viana, para conduzir a saúde municipal desta cidade! Viana é Brasil, não precisa abaixar a cabeça para conseguir migalhas, porque contribui muito para riqueza dessa terra. Com a tarefa que me foi delegada, assumo o compromisso com esse povo, em reduzir os índices de iniqüidade que assolam a saúde de nossa municipalidade, em humanizar o atendimento nas unidades de saúde e manter uma relação parceira com as mãos que cuidam das pessoas, com os Enfermeiros, Médicos, Auxiliares de Enfermagem, Profissionais da Limpeza e todos que compõe nossa rede de saúde, a minha mão é apenas uma diante de tantas outras. Sei dos imensos desafios que terei, mas tenham certeza, quando faltar recursos financeiros, colocaremos recursos do coração, do amor, da força de vontade, pra fazer mais e melhor, e fazer o que nunca foi feito nessa cidade, e eu tenho a certeza que é através da justiça social, do amor e da fé , iremos transformar nossa cidade em referência na qualidade de vida no cenário capixaba! Eu te amo Viana! COMPROMISSO