domingo, 16 de maio de 2010
PENSAMENTO DE DOMINGO
Nunca me preocupei em saber se tem luz no fim do túnel. Qdo entro nele, já acendo a minha.(Edson Marques)
quinta-feira, 13 de maio de 2010
PRECE DE UM PAI
"Pai, desce do céus, esqueci as orações que me ensinou minha avó, pobrezinha, ela agora repousa, não tem mais que lavar, limpar, não tem mais que preocupar-se, andando o dia todo atrás da roupa, não tem mais que velar de noite, penosamente, rezar, pedir-te coisas, resmungando docemente".
"Pai, desce dos céus, se estás, desce, então, pois morro de fome nesta esquina, não sei para que serve haver nascido, olho as mãos inchadas, não tem trabalho, não tem, desce um pouco, contempla isto que sou, este sapato roto, esta angústia, este estômago vazio, esta cidade sem pão para meus dentes, a febre, cavando-me a carne, este dormir assim, sob a chuva, castigado pelo frio, perseguido".
"Te digo que não entendo, Pai, desce, toca-me a alma, toca-me o coração, eu não roubei, nem assassinei, fui criança e em troca me golpeiam e golpeiam, te digo que não entendo, Pai, desce, se estás, pois busco resignação em mim e não tenho e vou encher-me de raiva e estou disposto a brigar e vou gritar até estourar o pescoço de sangue, porque não posso mais, tenho rins, e sou um homem, desce".
"Que fizeram de tua criatura, Pai? Um animal furioso que mastiga a pedra da rua? Pai, desce".
( Juan Gelman)
terça-feira, 11 de maio de 2010
segunda-feira, 10 de maio de 2010
A CASA DE REZA DOS GUARANI-KAIOWA
O espaço, destinado para cerimônias religiosas, denominada óygusu na língua guarani, está localizado na aldeia Tekoha do Guyra Roka, no município de Caarapó, na região da Grande Dourados, onde a casa de oração foi construída. O evento faz parte da série de ações promovidas e apoiadas pela SID/MinC visando buscar o fortalecimento e o reconhecimento das expressões culturais indígenas
Desde 1978, os Kaiowa e Ñandéva (Ava Guarani) do Mato Grosso do Sul realizam assembleias denominadas Aty Guasu, quando refletem sobre seus problemas, discutem soluções possíveis e realizam cultos a suas entidades sagradas. A Casa de Reza fortalecerá a realização de cerimônias religiosas da etnia e servirá de espaço para esses encontros, protegendo a identidade étnica Kaiowa
NEM SEMPRE É O QUE PARECE
D.Joana ,viúva aposentada
Mãe de 3 filhos adultos
Na vida acomodada
Casa bem arrumada
Comida gostosa,roupa ajeitada
Amigas da igreja
Vida organizada
Seu mundo sob controle.
De repente aparece, com problemas de pressão
Ansiedade,insônia e Joana chorando
Estranho ;sempre calma, agora reclamando
Filhos brigando,Marcos à noite fica no bar
Marcelo na igreja e pra completar
Tereza arruma uma barriga;
Ainda bem,moço honesto
Vai arrumar pra casar
Meu Deus !Joana que era normal
Numa rapidez muito grande
Passa de sadia a hipertensa grave
Ninguém da US entende
Mas,afinal é tanta gente
E doença é assim mesmo
Quando Deus quer ,não tem jeito
Aparece ,fica e se não tratar
No hospital,vai parar
Ta na hora ,pessoal
De parar pra analisar
Se Joana estava bem
O que houve,gente?
Pra saúde acabar.
Aí temos o desfecho
Do que veio a acontecer
Seu Pedro,irmão de Joana
Nunca quis casar
Morava só e cai de cama
Não tem ninguém pra dele cuidar
E Joana que era muito boa
Coloca Pedro em sua casa
Dá-lhe seu quarto,seu carinho ,seu sono
E o equilíbrio de seu lar.
Pedro dorme o dia todo
A noite fica a reclamar
TV não deixa ligar
Alto não se pode falar
E com os sobrinhos vive a implicar
Os meninos,moços educados
Para com a mãe ,não brigar
Cada um a sua maneira
Procurou se ajeitar
E a família de Joana
Que era bem resolvida
Desestruturou,nunca mais foi a mesma
Tornou-se estraçalhada
Depois que Pedro chegou
E o mais engraçado
Que os doutores que são entendidos
Que vivem ciência a respirar
Ficam na maior dúvida
Qual doente tratar!
(Sônia Maranhão)
Mãe de 3 filhos adultos
Na vida acomodada
Casa bem arrumada
Comida gostosa,roupa ajeitada
Amigas da igreja
Vida organizada
Seu mundo sob controle.
De repente aparece, com problemas de pressão
Ansiedade,insônia e Joana chorando
Estranho ;sempre calma, agora reclamando
Filhos brigando,Marcos à noite fica no bar
Marcelo na igreja e pra completar
Tereza arruma uma barriga;
Ainda bem,moço honesto
Vai arrumar pra casar
Meu Deus !Joana que era normal
Numa rapidez muito grande
Passa de sadia a hipertensa grave
Ninguém da US entende
Mas,afinal é tanta gente
E doença é assim mesmo
Quando Deus quer ,não tem jeito
Aparece ,fica e se não tratar
No hospital,vai parar
Ta na hora ,pessoal
De parar pra analisar
Se Joana estava bem
O que houve,gente?
Pra saúde acabar.
Aí temos o desfecho
Do que veio a acontecer
Seu Pedro,irmão de Joana
Nunca quis casar
Morava só e cai de cama
Não tem ninguém pra dele cuidar
E Joana que era muito boa
Coloca Pedro em sua casa
Dá-lhe seu quarto,seu carinho ,seu sono
E o equilíbrio de seu lar.
Pedro dorme o dia todo
A noite fica a reclamar
TV não deixa ligar
Alto não se pode falar
E com os sobrinhos vive a implicar
Os meninos,moços educados
Para com a mãe ,não brigar
Cada um a sua maneira
Procurou se ajeitar
E a família de Joana
Que era bem resolvida
Desestruturou,nunca mais foi a mesma
Tornou-se estraçalhada
Depois que Pedro chegou
E o mais engraçado
Que os doutores que são entendidos
Que vivem ciência a respirar
Ficam na maior dúvida
Qual doente tratar!
(Sônia Maranhão)
A SABEDORIA INDÍGENA
``...tudo na terra tem um propósito, cada doença uma erva para curar, cada pessoa uma missão a cumprir. Esta é a concepção dos índios sobre a existência...``(Christine Quintasket (índia Salish) 1888-1936)
domingo, 9 de maio de 2010
TESTAMENTO
O dia em que me for.
Minha missão cumprir
Como todas as pessoas
Que deixam tudo e seguem
Para o grande espaço atingir.
Mas enquanto isso
Preciso autorizar
Pequenas tarefas a serem executadas
Missão que será dada
A quem ficar e realmente
Respeitar o meu jeito de amar.
Pegue os meus sonhos
Entregue aos desiludidos
O meu otimismo aos deprimidos
O meu equilíbrio aos desajustados
A honestidade à porta dos políticos
A dignidade também.
A esperança às crianças pobres
A alegria aos casais infelizes
A harmonia aos lares problemáticos
A felicidade que existe de sobra
Esta aos infelizes que também são muitos.
A minha fé à porta das igrejas;
E o louvor também
Os calçados aos pés descalços
As roupas aos desnudos.
Os enfeites e os acessórios às mulheres
Aquelas que se acham feias
Convença-as a se cuidarem.
Agora, a parte mais trabalhosa
As desilusões mergulhem-nas no fundo do mar.
As mágoas enterrem-nas bem fundo.
As tristezas bem no alto das árvores
Para que ninguém nunca as encontre
As decepções queimem-nas e
Jogue as cinzas ao vento para
Que ele as carregue para a terra do esquecimento.
E o meu amor!
Este deve ser partilhado em fatias.
E entregue aos meus verdadeiros amigos.
Para que eles nunca mais sintam falta
Deste sentimento.
Sonia Maranhão
Sonia Maranhão. Sônia Maranhão é professora,especialista,mestra e doutora em vida que faz dos seus rabiscos declarações de amor,às pessoas,aos filhos e à Deus.A autora acredita que tem que agradecer a vida pela chance que tem lhe dado de ser feliz.
O dia em que me for.
Minha missão cumprir
Como todas as pessoas
Que deixam tudo e seguem
Para o grande espaço atingir.
Mas enquanto isso
Preciso autorizar
Pequenas tarefas a serem executadas
Missão que será dada
A quem ficar e realmente
Respeitar o meu jeito de amar.
Pegue os meus sonhos
Entregue aos desiludidos
O meu otimismo aos deprimidos
O meu equilíbrio aos desajustados
A honestidade à porta dos políticos
A dignidade também.
A esperança às crianças pobres
A alegria aos casais infelizes
A harmonia aos lares problemáticos
A felicidade que existe de sobra
Esta aos infelizes que também são muitos.
A minha fé à porta das igrejas;
E o louvor também
Os calçados aos pés descalços
As roupas aos desnudos.
Os enfeites e os acessórios às mulheres
Aquelas que se acham feias
Convença-as a se cuidarem.
Agora, a parte mais trabalhosa
As desilusões mergulhem-nas no fundo do mar.
As mágoas enterrem-nas bem fundo.
As tristezas bem no alto das árvores
Para que ninguém nunca as encontre
As decepções queimem-nas e
Jogue as cinzas ao vento para
Que ele as carregue para a terra do esquecimento.
E o meu amor!
Este deve ser partilhado em fatias.
E entregue aos meus verdadeiros amigos.
Para que eles nunca mais sintam falta
Deste sentimento.
Sonia Maranhão
Sonia Maranhão. Sônia Maranhão é professora,especialista,mestra e doutora em vida que faz dos seus rabiscos declarações de amor,às pessoas,aos filhos e à Deus.A autora acredita que tem que agradecer a vida pela chance que tem lhe dado de ser feliz.
OS PROFETAS DA ECOLOGIA
(Encarando os problemas com equilíbrio e atitude)
LEONARDO BOFF-15/04/2010
Entre os dias 5-8 de abril do corrente ano, o Estado do Rio de Janeiro (a cidade e outras vizinhas, especialmente Niterói) conheceram a maior enchente histórica dos últimos 48 anos. Houve grandes alagamentos nas principais ruas, deslizamentos de encostas, subida de um metro e meio da aguas da Lagoa Rodrigo de Freitas provocada, em parte, pela elevação da maré que impediu o desaguar das águas pluviais. O mais terrível foi a morte de centenas de pessoas, soterradas por toneladas de terra, árvores, pedras e lixo. Entre outras, três causas parecem as principais causadoras desta tragédia, que, de tempos em tempos, se abate sobre a cidade, encantadora por sua paisagem que combina mar, montanhas e floresta, associada a uma população alegre e acolhedora.
A primeira são as enchentes propriamente ditas, típicas destas áreas sub-tropicais. Mas ocorre um agravante que é o aquecimento global. A tragédia do Rio deve ser analisada no contexto de outras oc orridas no Sul do pais com tufões, prolongadas chuvas com enormes deslizamentos e centenas de vítimas e da cidade de São Paulo que durante mais de um mes seguido sofreu enchentes que deixaram bairros inteiros ininterruptamente debaixo de águas. Analistas apontaram mudanças nos ciclos hidrológicos causadas pelo aquecimento das águas do Atlântico, como vem ocorrendo no Pacífico. Este quadro tende a se repetir com mais frequência e até com mais intensidade à medida que o aquecimento global se agravar.
A tragédia climática trouxe à luz a tragédia social vivida pelas populações carentes. Esta é a segunda causa. Há mais de 500 favelas (comunidades pobres), dependuradas nas encostas das montanhas que serpenteiam a cidade. Elas não são culpadas pelos deslizamentos, como apontava o governador. Elas moram nestas regiões de risco porque, simplesmente, não tem para onde ir. Há uma notória insensibilidade geral pelos pobres, fruto do elitismo de nossa tradição colonial e escravagista. O Estado não foi montando para atender toda a população, mas principalmente as classes já beneficiadas. Nunca houve uma política pública consistente que inserisse as favelas como parte da cidade e por isso as urbanizasse, garantindo-lhes habitação segura, infra-estrutura de esgoto, água e luz e, não em último lugar, transporte. Sempre houve políticas pobres para os pobres que são as grandes maiorias da população e políticas ricas para os ricos. A consequência deste descaso se revela nos desastres que vitimam centenas de pessoas.
A terceira causa é a que eu chamaria de a falta de “profetas da ecologia”. Observando-se ruas e avenidas inundadas, viam-se boaindo por sobre as águas, todo tipo de lixo, sacos cheios de rejeitos, garrafas plásticas, caixotes e até sofás e armários. Quer dizer, a população não incorporou uma atitude ecológica mínima de cuidar do lixo que produz. Esse lixo entupiu os bueiros e outros sugadouros de águas pluviais, o que provocou a subida repentina das águas torrenciais e seu lento escoamento.
Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, nos oferece um belo exemplo. Sob a orientação de um irmão marista, Antônio Cecchin, que há anos vem trabalhando nos meios pobres em volta da cidade, organizou centenas de catadores de lixo. Fez levantar cerca de vinte grandes galpões, perto do centro, na ponta da Ilha Grande dos Marinheiros, onde o lixo é selecionado, limpado e vendido a diferentes fábricas que o re-utilizam.
Conscientizou os catadores de que com seu trabalho estão ajudando a manter a cidade limpa para que seja um lugar em que se possa viver com alegria. Orgulhosamente os catadores escreveram atrás de cada carrinho, em grandes letras, o seu título de dignidade: “Profetas da Ecologia”.
Assumiram como ideal as palavras de um de nossos maiores ecologistas, José Lutzenberger: “Um só catador faz mais pelo meio-ambiente no Brasil do que o próprio ministro do meio-ambiente”. Se existissem estes “profetas da ecologia” no Estado do Rio de Janeiro, as enchentes seriam menos avassaladoras e centenas de vidas seriam poupadas.
LEONARDO BOFF-15/04/2010
Entre os dias 5-8 de abril do corrente ano, o Estado do Rio de Janeiro (a cidade e outras vizinhas, especialmente Niterói) conheceram a maior enchente histórica dos últimos 48 anos. Houve grandes alagamentos nas principais ruas, deslizamentos de encostas, subida de um metro e meio da aguas da Lagoa Rodrigo de Freitas provocada, em parte, pela elevação da maré que impediu o desaguar das águas pluviais. O mais terrível foi a morte de centenas de pessoas, soterradas por toneladas de terra, árvores, pedras e lixo. Entre outras, três causas parecem as principais causadoras desta tragédia, que, de tempos em tempos, se abate sobre a cidade, encantadora por sua paisagem que combina mar, montanhas e floresta, associada a uma população alegre e acolhedora.
A primeira são as enchentes propriamente ditas, típicas destas áreas sub-tropicais. Mas ocorre um agravante que é o aquecimento global. A tragédia do Rio deve ser analisada no contexto de outras oc orridas no Sul do pais com tufões, prolongadas chuvas com enormes deslizamentos e centenas de vítimas e da cidade de São Paulo que durante mais de um mes seguido sofreu enchentes que deixaram bairros inteiros ininterruptamente debaixo de águas. Analistas apontaram mudanças nos ciclos hidrológicos causadas pelo aquecimento das águas do Atlântico, como vem ocorrendo no Pacífico. Este quadro tende a se repetir com mais frequência e até com mais intensidade à medida que o aquecimento global se agravar.
A tragédia climática trouxe à luz a tragédia social vivida pelas populações carentes. Esta é a segunda causa. Há mais de 500 favelas (comunidades pobres), dependuradas nas encostas das montanhas que serpenteiam a cidade. Elas não são culpadas pelos deslizamentos, como apontava o governador. Elas moram nestas regiões de risco porque, simplesmente, não tem para onde ir. Há uma notória insensibilidade geral pelos pobres, fruto do elitismo de nossa tradição colonial e escravagista. O Estado não foi montando para atender toda a população, mas principalmente as classes já beneficiadas. Nunca houve uma política pública consistente que inserisse as favelas como parte da cidade e por isso as urbanizasse, garantindo-lhes habitação segura, infra-estrutura de esgoto, água e luz e, não em último lugar, transporte. Sempre houve políticas pobres para os pobres que são as grandes maiorias da população e políticas ricas para os ricos. A consequência deste descaso se revela nos desastres que vitimam centenas de pessoas.
A terceira causa é a que eu chamaria de a falta de “profetas da ecologia”. Observando-se ruas e avenidas inundadas, viam-se boaindo por sobre as águas, todo tipo de lixo, sacos cheios de rejeitos, garrafas plásticas, caixotes e até sofás e armários. Quer dizer, a população não incorporou uma atitude ecológica mínima de cuidar do lixo que produz. Esse lixo entupiu os bueiros e outros sugadouros de águas pluviais, o que provocou a subida repentina das águas torrenciais e seu lento escoamento.
Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, nos oferece um belo exemplo. Sob a orientação de um irmão marista, Antônio Cecchin, que há anos vem trabalhando nos meios pobres em volta da cidade, organizou centenas de catadores de lixo. Fez levantar cerca de vinte grandes galpões, perto do centro, na ponta da Ilha Grande dos Marinheiros, onde o lixo é selecionado, limpado e vendido a diferentes fábricas que o re-utilizam.
Conscientizou os catadores de que com seu trabalho estão ajudando a manter a cidade limpa para que seja um lugar em que se possa viver com alegria. Orgulhosamente os catadores escreveram atrás de cada carrinho, em grandes letras, o seu título de dignidade: “Profetas da Ecologia”.
Assumiram como ideal as palavras de um de nossos maiores ecologistas, José Lutzenberger: “Um só catador faz mais pelo meio-ambiente no Brasil do que o próprio ministro do meio-ambiente”. Se existissem estes “profetas da ecologia” no Estado do Rio de Janeiro, as enchentes seriam menos avassaladoras e centenas de vidas seriam poupadas.
Todas as Vidas
de Cora Coralina
Vive dentro de mim uma cabocla velha de mau-olhado,
acocorada ao pé do borralho, olhando para o fogo.
Benze quebranto.Bota feitiço...
Ogum. Orixá. Macumba, terreiro.
Ogã, pai-de-santo...
Vive dentro de mim a lavadeira do Rio Vermelho.
Seu cheiro gostoso d'água e sabão.
Rodilha de pano.Trouxa de roupa, pedra de anil.
Sua coroa verde de São-caetano.
Vive dentro de mim a mulher cozinheira.
Pimenta e cebola.Quitute bem feito.Panela de barro.
Taipa de lenha.Cozinha antigatoda pretinha.
Bem cacheada de picumã.Pedra pontuda.
Cumbuco de coco. Pisando alho-sal.
Vive dentro de mim a mulher do povo. Bem proletária.
Bem linguaruda, desabusada,sem preconceitos
,de casca-grossa,de chinelinha, e filharada.
Vive dentro de mima mulher roceira. -Enxerto de terra,
Trabalhadeira. Madrugadeira. Analfabeta.
De pé no chão.Bem parideira.Bem criadeira.
Seus doze filhos, Seus vinte netos.
Vive dentro de mim a mulher da vida.
Minha irmãzinha... tão desprezada, tão murmurada...
Fingindo ser alegre seu triste fado.
Todas as vidas dentro de mim:
Na minha vida - a vida mera das obscuras
de Cora Coralina
Vive dentro de mim uma cabocla velha de mau-olhado,
acocorada ao pé do borralho, olhando para o fogo.
Benze quebranto.Bota feitiço...
Ogum. Orixá. Macumba, terreiro.
Ogã, pai-de-santo...
Vive dentro de mim a lavadeira do Rio Vermelho.
Seu cheiro gostoso d'água e sabão.
Rodilha de pano.Trouxa de roupa, pedra de anil.
Sua coroa verde de São-caetano.
Vive dentro de mim a mulher cozinheira.
Pimenta e cebola.Quitute bem feito.Panela de barro.
Taipa de lenha.Cozinha antigatoda pretinha.
Bem cacheada de picumã.Pedra pontuda.
Cumbuco de coco. Pisando alho-sal.
Vive dentro de mim a mulher do povo. Bem proletária.
Bem linguaruda, desabusada,sem preconceitos
,de casca-grossa,de chinelinha, e filharada.
Vive dentro de mima mulher roceira. -Enxerto de terra,
Trabalhadeira. Madrugadeira. Analfabeta.
De pé no chão.Bem parideira.Bem criadeira.
Seus doze filhos, Seus vinte netos.
Vive dentro de mim a mulher da vida.
Minha irmãzinha... tão desprezada, tão murmurada...
Fingindo ser alegre seu triste fado.
Todas as vidas dentro de mim:
Na minha vida - a vida mera das obscuras
Estou chegando aos poucos....ainda bastante insegura neste mundo novo; o mundo dos blogs....mas tenho acompanhado alguns e verifico que o mundo atual exige de nós uma carga tripla de informações que temos que estar antenados; principalmente para o nosso crescimento pessoal.
Virei aqui algumas vezes e na maioria delas para agradecer a Deus por esta vida maravilhosa e por ter tanto a ser grata e tão pouco a pedir.
Virei também para trazer informãções de amigos e quem sabe contribuir para que o mundo seja menos desigual e mais harmonioso.
Um ótimo domingo as mamães e aos filhos destas mamães .
Beijo no coração de todos
Virei aqui algumas vezes e na maioria delas para agradecer a Deus por esta vida maravilhosa e por ter tanto a ser grata e tão pouco a pedir.
Virei também para trazer informãções de amigos e quem sabe contribuir para que o mundo seja menos desigual e mais harmonioso.
Um ótimo domingo as mamães e aos filhos destas mamães .
Beijo no coração de todos
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